<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA SEPTUAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 22.09.1997.

 


Aos vinte e dois dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Luiz Braz, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Septuagésima Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Carlos Garcia, a Indicação nº 104/97 (Processo nº 2826/97). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 425/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando seu afastamento do Município nos dias vinte e dia vinte e um de setembro do corrente, para viagem a São Paulo. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 08/97, do Senhor Milton Barbosa da Silva, Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, e do Senhor Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa - ARI; 38/97, da Coordenação dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre; 61/97, do Senhor Avelino Madalozzo, Diretor do Centro de Pastoral da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS; 1027/97, do Senhor Martim Saraiva Barboza, do Gabinete do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul;  s/nº, do Senhor Nelson Zepka Senna, Diretor-Presidente da União dos Escoteiros do Brasil/Região do Rio Grande do Sul - UEB/RS; Convites: do Centro Israelita Porto-Alegrense, para jantar de aniversário dos oitenta anos de fundação da entidade; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal da Cultura, para cerimônia de posse da Comissão de Acervo do Museu Joaquim José Felizardo; do Doutor Ernando Uchoa Lima, Presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, para Sessão Solene de Abertura  da  I  Conferência  Internacional de Direitos Humanos, no Centro de Convenções "Ulisses Guimarães" - Brasília/DF; do Centro de Documentação sobre a Ação Integralista Brasileira e o Partido de Representação Popular, para sua instalação pública; do SENAC, para solenidade de inauguração do Centro de  Eventos  Senac  Praça  da Matriz; do Senhor  Antônio  Britto,  Governador do Estado do Rio Grande do Sul, para solenidade de acendimento da chama do Candeeiro Crioulo; do Deputado Estadual João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para Sessão Solene em homenagem à Semana Farroupilha; da Câmara Municipal de Porto Alegre e da B'nai B'rith do Rio Grande do Sul, para inauguração da Praça Herbet Caro; do Senhor Leopoldo Moacir Lima, Presidente da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre - ACM, e do Senhor. Carlos Bullos, Presidente da Confederação Latino-Americana das ACMs, para Sessão Solene de Abertura da Assembléia-Geral da Confederação Latino-Americana das ACMs; Impressos: da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do Programa Guaíba Vive, convidando para painel sobre Cidades Sustentáveis; da União de Câmaras e Vereadores do Estado - UCAVESE, divulgando o Congresso Interestadual dos Municípios; da Delegacia Regional do Trabalho/RS, divulgando o Seminário "O Trabalho Precoce no Rio Grande do Sul - Efeitos sobre a saúde"; da Associação Junior Achievement do Rio Grande do Sul, convidando para Cerimônia de Formatura - Mini-empresas 97/1; da União dos Vereadores de Santa Catarina - UVESC e da União de Câmaras de Vereadores da Região Serrana de Santa Catarina - UVERES, divulgando o XXX Encontro Estadual de Vereadores e o I Encontro Estadual de Vereadores; da Coordenação de Direitos Humanos e Cidadania - CDHC, divulgando o Seminário "As Leis, a justiça e a promoção da igualdade"; Fax: do Senhor Vilson Antônio Rodrigues Bilhalva, Juiz-Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região; do Coronel José Dilamar Vieira da Luz, Comandante-Geral da Brigada Militar; da Senhora Ana Amélia Lemos; do Doutor Paulo de Argollo Mendes, Presidente da Associação dos Médicos do Hospital Conceição e Criança Conceição - AMEHC; do Senhor José Paulo Silveira, Secretário de Planejamento e Avaliação do Ministério do Planejamento e Orçamento; do Senhor Roberto Giugliani, Secretário Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC; do Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente da Comissão Estadual da Qualidade e Produtividade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 22 e 21/97, este discutido pelo Vereador Renato Guimarães, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 161/97, este discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Renato Guimarães, 170 e 163/97, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 130/95 e 166/97, este discutido pelos Vereadores Renato Guimarães e Antonio Hohlfeldt; o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 05/97; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 164 e 165/97.  Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Gerson Almeida, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, nos dias vinte e dois e vinte e três de setembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei, informando que Sua Excelência integrará a  Comissão  de  Saúde  e  Meio  Ambiente.  Após,  constatada  a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em continuidade, iniciou-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar a passagem dos vinte e cinco anos do Curso de Turismo da Faculdade dos Meios de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica - FAMECOS/PUC e os cinqüenta e cinco anos do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento nº 205/97 (Processo nº 2656/97), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Gerônimo Carlos Santos Braba, representante do Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS e Diretor da FAMECOS; a Senhora Norma Martini Moesch, Coordenadora do Departamento de Turismo da PUC/RS; o Senhor Jorge Luiz Correa da Silva, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul; o Senhor Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa; o Senhor José Vieira da Cunha, Presidente da Televisão Educativa; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Léo Flores Vieira Nuñez, Vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul; dos Senhores Darci Demétrio da Silva, Celso Schroeder, Renato Bohush, André Pereira e Laís Ibarra, integrantes da Diretoria dessa entidade; da Senhora Márcia Camarano, Assessora de Imprensa desta entidade; das Senhoras Suzana Gastal e Diney Adriana de Oliveira, Professoras do Curso de Turismo da FAMECOS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu acerca do trabalho do Departamento de Turismo da FAMECOS, no sentido de formar profissionais habilitados a exercer funções de planejamento e organização na área turística. Também, historiou fatos referentes à fundação do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, ressaltando a participação desse Sindicato nos debates políticos que envolvem toda a coletividade. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o recebimento de fax da Diretoria do Centro Cultural 24 de Julho, alusivo à presente homenagem. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell destacou a luta do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul pela democracia nos meios de comunicação, visando ao exercício pleno da cidadania. Ainda, teceu considerações sobre a importância do Curso de Turismo da FAMECOS para a  formação de profissionais  habilitados  a estabelecer uma nova concepção de turismo, principalmente no que se refere à implantação do Mercado Comum do Cone Sul - MERCOSUL. O Vereador Lauro Hagemann saudou os vinte e cinco anos do Curso de Turismo da FAMECOS, ressaltando o significado desse Curso para o direcionamento e a qualificação dos profissionais da área do turismo. Também, homenageou o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, comentando as relações dessa instituição com a comunidade, bem como sua participação nas lutas políticas brasileiras. O Vereador Luiz Braz rememorou intervenção estatal  ocorrida  no  Sindicato  dos Jornalistas <D>do Rio Grande do Sul durante o Golpe Militar de mil novecentos e sessenta quatro, salientando ser a atuação desse sindicato fundamental para o efetivo exercício da liberdade de imprensa. Ainda, discorreu sobre a atuação da FAMECOS junto à sociedade, salientando que a criação de políticas de incentivo ao turismo passa pela formação de bons profissionais. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Norma Martini Moesch, Coordenadora do Departamento de Turismo da PUC/RS, e ao Senhor Jorge Luiz Correa da Silva, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, que agradeceram a homenagem prestada pela Casa. Às quinze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de "quorum", iniciando-se a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a vitória do Grêmio Esportivo Câmara Municipal de Porto Alegre - GECAPA na "2ª Liga Independente do Parque Marinha do Brasil", convidando o Presidente da entidade, Senhor Hailton Terra de Jesus, a mostrar a taça conquistada no evento. Também, registrou a vitória do funcionário Francisco Hipólito da Silveira, que recebeu a medalha de segundo lugar na Rústica de Aniversário do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense. Ainda, informou que o Vereador Carlos Garcia representará a Casa, no dia de hoje, às dezessete horas, na solenidade do 8º aniversário de criação do Centro de Ensino e Instrução dos Bombeiros, e nos dias vinte e cinco a vinte e oito de setembro do corrente, no 9º Congresso para Abertura da Primeira Integração Mercosul de Atividade Física e 9º Congresso Gaúcho de Educação Física, a ocorrer em Sant'Ana do Livramento. Após, os trabalhos estiveram suspensos, das quinze horas e cinqüenta e nove minutos às dezesseis horas e doze minutos, nos termos regimentais. Em continuidade, foi aprovado o Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada durante a Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 113/97. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 21/97, por dezessete votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Anamaria Negroni, Maria do Rosário e Isaac Ainhorn, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Guilherme Barbosa, votando Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e votando Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Maristela Maffei. Após, o Senhor Presidente prestou informações sobre material distribuído aos Senhores Vereadores, referente ao orçamento desta Casa para o próximo ano. A seguir, passou-se à votação dos  Requerimentos. Foi aprovado o Requerimento nº 229/97 (Processo nº 2869/97 - solicita autorização e pagamento  de  diárias  para viagem  a Gramado<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm> a fim de representar a Casa na II Semana Etnobotânica), de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, tendo, na ocasião, o Vereador Guilherme Barbosa solicitado maiores esclarecimentos acerca do evento em questão. Foi aprovado Requerimento do Vereador Renato Guimarães, solicitando seja o Projeto de Lei do Executivo nº 38/97 (Processo nº 2675/97) considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Foi aprovado o Requerimento nº 222/97 (Processo nº 2829/97 - Moção de Apoio ao Projeto de Lei de autoria da Senadora Benedita da Silva, que define o crime de assédio sexual), após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Maria do Rosário, Luiz Braz, Clênia Maranhão, Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Pedro Américo Leal e Cláudio Sebenelo. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor José Roberto Menezes, do Sindicato Telefônico do Ceará, e de alunos e professor do Colégio Sagrada Família, do Bairro São Geraldo. Ainda, foi votado o Requerimento nº 232/97 (Processo nº 2884/97 - Moção de Repúdio às políticas dos Governos Federal e Estadual), de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães, tendo recebido quatorze votos SIM e um voto NÃO, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães e Maristela Maffei e votado Não o Vereador Reginaldo Pujol, votação considerada nula face à inexistência de "quorum" deliberativo.  Na ocasião, a Vereadora Maria do Rosário relatou incidente ocorrido no estacionamento desta Casa, envolvendo menor que posteriormente foi encaminhado ao Conselho Tutelar. Às dezessete horas e cinqüenta e um minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Há quórum. Estão abertos os trabalhos. Passamos á

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2584/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que altera a Lei Complementar nº 43/79, obrigando os Centros Comerciais a destinar áreas de descanso para os comerciários.

 

PROC. 2700/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que proíbe a veiculação de propaganda visual de cigarros e assemelhados em áreas próximas aos estabelecimentos escolares.

 

PROC. 2720/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que autoriza a colocação de quiosques individuais, para a venda de hortigranjeiros, no espaço destinado a esse fim, no Mercado Público.

 

PROC.2764/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que inclui parágrafo único no artigo 362 da Lei Complementar nº43/79, com redação dada pela Lei Complementar nº 158/87.

 

PROC. 2777/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Dom João Cláudio Colling um logradouro público localizado no Bairro Farrapos. Com Emenda nº 01.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2345/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/95, de autoria do ex-Vereador Wilton Araújo, que declara de utilidade pública o Culto Africano e Religião de Umbanda Mãe Oxum e Pai Ogum. (Desarquivado a requerimento do Ver. Luiz Braz)

 

PROC. 2742/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/97, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que modifica a redação do art. 2º da Lei 462/50, que autoriza a doação de um imóvel.

 

PROC.2796/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/97, que cria as Áreas Funcionais de Interesse Público 05, 07 e 09 da Unidade Territorial Funcional 03 da Unidade Territorial Seccional Intensiva 37, define o Regime Urbanístico da Área Funcional 07, estabelece normas para a regularização do Campus Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2738/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Marco Antônio Hilário de Oliveira um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2739/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Monsenhor Alberto Nejar um logradouro público localizado no Bairro Farrapos.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu apresento esta Questão de Ordem depois de conversar com os Srs. líderes e vice-líderes de bancadas, solicitando o encaminhamento da inversão na ordem dos trabalhos depois da Pauta, no sentido de passarmos ao Período de Comunicações, quando se faria a homenagem aos 25 anos do curso de Turismo da FAMECOS, cujo diretor de curso e professores já se encontram aqui na Casa, e simultaneamente os 55 anos do Sindicato dos Jornalistas de Porto Alegre. São duas decisões tomadas e encaminhadas através da votação do Plenário e da Mesa Diretora.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu recolho o requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt apresentado em forma de Questão de Ordem, já que tem a ver com a ordem dos trabalhos desta tarde e deixo para submetê-lo ao Plenário tão logo seja cumprido o Período de Pauta.

 O Ver. Adeli Sell está com a palavra  para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a discussão de Pauta nos dá a oportunidade, hoje, através do Projeto de Lei da Vera. Anamaria Negroni, que propõe que se autorize a colocação de  quiosques individuais para venda de hortigranjeiros, no espaço destinado a esse fim, no Mercado Público, de fazermos uma discussão não apenas sobre o tema em si, mas de todas as suas decorrências.

Em primeiro lugar, lamento que a Vereadora ainda não se encontra aqui e quero dizer que essa matéria não é um tema de Lei na minha opinião. Se eu estiver equivocado, Srs. Vereadores,  me corrijam e me provem que isto é matéria legislativa. Ademais, a Vereadora terá a oportunidade, sem dúvida nenhuma, se sua Bancada assim desejar, de fazer parte da Comissão Externa sobre a reestruturação do Centro de Porto Alegre, na medida em que aprovamos, na semana passada, essa Comissão Externa que terá grandes possibilidades de discutir o Centro de Porto Alegre e, em especial, o Mercado Público.

Portanto, é ali que poderiam ser dadas enormes contribuições para esse debate. Além disso, parece-me que essa é uma discussão que um Vereador que tem uma idéia sobre como deve ser estruturado , no caso, o Mercado Público, de pedir uma audiência ao Secretário Municipal de Indústria e Comércio ou um Pedido de Providências. Assim, caro Ver. João Carlos Nedel, é que deve agir um Vereador. Ou o Senhor tem outra posição? Creio que não,  pois considero que esta é a forma correta de nós agirmos e debatermos este tipo de questão com a Administração Municipal. Mas quero dizer, pelo que estou informado -  a não ser que me provem o contrário - que já existe uma discussão da divisão de locais no Mercado Público atinentes a este tipo de empreendimento. É claro que alguns Vereadores, aqui, levantarão problemas sobre a localização de empreendimentos no Mercado Público.

Já disse aqui, e reafirmo, que estou solidário com essas preocupações e, se necessário for, faremos todas as discussões necessárias para o bom e melhor acompanhamento desta questão com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio.

 No entanto, na minha opinião, não cabe matéria legislativa e faço um pedido para que esse tipo de debate e tantos outros que dizem respeito ao Centro de nossa Cidade, ao Mercado Público, à Rua 24 Horas  façamos da Comissão Externa, que discutirá a reestruturação, a remodelação e melhoria do Centro de Porto Alegre, um grande fórum de debate e de auxílio ao Poder Público Municipal. Dessa forma, estaremos encaminhando corretamente as questões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero abordar o PLL nº 161/97, de autoria da Ver. Anamaria Negroni e, tendo uma coincidência com a manifestação do Ver. Adeli Sell, mas nada organizado da nossa Bancada quanto à Ver. Anamaria, apenas mera coincidência.

Esse Projeto pretende proibir a veiculação de propaganda visual na forma de painéis, 'outdoors', cartazes e similares, de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, a menos de 300m de estabelecimentos escolares localizados no âmbito do Município de Porto Alegre. Eu tenho me detido e estudado com bastante interesse o assunto das drogas, tendo em vista os danos, os prejuízos que causam à saúde e à liberdade, enfim,  a estruturação pessoal e familiar das pessoas que se envolvem com essas substâncias. Às vezes as pessoas acreditam que as drogas ditas mais pesadas, como a cocaína, maconha, heroína, o "crack", merecem a nossa atenção principal. Na verdade, as estatísticas mostram que as drogas que mais impactam as pessoas e as famílias são, por ordem: o álcool, o tabaco e os remédios. Portanto, o mérito da preocupação da Ver. Anamaria Negroni é grande. Ela tem uma preocupação verdadeira. Só que me parece que o Projeto termina sendo quase que totalmente inócuo, na medida em que pretende proibir, dentro de um espaço a partir das escolas, num raio de 300 metros, esse tipo de propaganda. É como se criasse uma certa redoma, Ver. Paulo Brum, dentro da qual não se poderia fazer propaganda de cigarros, charutos e assemelhados. Mas as crianças, ao saírem desse espaço, teriam contato igual com essas propagandas. Não há como acreditar que a grande maioria das crianças de determinada escola morem exatamente nesse perímetro. E mesmo que morassem, ao fazer esse percurso, estariam protegidas, mas elas não vivem só nessa região; elas ultrapassam essa distância entre a escola e os 3OO metros. Portanto, é um Projeto que, se parte de uma preocupação verdadeira, não terá um efeito significativo, impositivo, em face dessa limitação.

Por outro lado - estava lendo -, a posição da Procuradoria da Casa é de que o Município não teria ou não tem autoridade legal para fazer essa proibição. O Município pode intervir na questão da propaganda no que diz respeito à estética, ao aspecto visual propriamente dito, mas não estabelecer essa limitação na propaganda desses produtos. Então, apesar da boa intenção, creio que é um Projeto, de certa forma, inócuo por essas razões as quais abordei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Pauta está, em 1ª Sessão, recheada de projetos bastante polêmicos. O Projeto do Ver. Jocelin Azambuja altera a Lei Complementar Nº 4379, obrigando os Centros Comerciais a destinarem área de descanso para os comerciários. Eu acredito que esse debate é de grande fôlego, porque envolve também a questão do Plano Diretor: de que forma esse irá legislar sobre essa matéria de construção de "shoppings", de grandes espaços comerciais. O Vereador, com a proposta de uma emenda, já entra nesse debate, mas acredito que a discussão sobre a proposta do Vereador tem que estar condicionada à discussão mais ampla sobre o Plano Diretor.

Eu gostaria, também, de comentar a proposição da Vera. Anamaria Negroni sobre a propaganda visual de cigarros e assemelhados perto de escolas. Vê-se, hoje, defronte ou ao lado de escolas, bares que vendem cigarros e bebidas alcoólicas. Acredito que esse debate deva ser feito, discutindo-se as questões, não só da propaganda, mas também das práticas dos  estabelecimentos comerciais que lidam, prioritariamente com o público juvenil. Cabe a nós um debate mais profundo sobre a fiscalização desses locais.

Para finalizar, eu gostaria de falar sobre o Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt, que está na 2ª Sessão de Pauta, sobre a permissão de uso de imóvel do Município  por entidades comunitárias. Nós temos que nos alongar no debate sobre isso, e eu gostaria de registrar a minha preocupação com relação à emenda que o Ver. Antonio Hohlfeldt propõe, que é  de autorizar as entidades que recebem doação de área a alugar o imóvel sobre o qual receberam permissão.

Trato isso com bastante cuidado, porque a maioria das entidades que buscam, hoje, permissão de uso de área da Prefeitura, fazem-no com interesse em desenvolver atividades nessas áreas. Preocupa-me que uma entidade receba um próprio municipal para desenvolver atividades para a comunidade e que acabe usando essa área para fins de aluguel ou para locar para propaganda.

Esse debate deve ser aprofundado, porque é do interesse da municipalidade que os próprios municipais sejam utilizados pela coletividade, mas os seus fins não devem ser desviados.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A esperança do Ver. Antonio Hohlfeldt é que com essa lei se resolva o problema do Instituto Dias da Cruz, que parece que o Prefeito, pelo menos assim mandou-me uma mensagem, também quer resolver. Na verdade, esse terreno constitui quase 50% da renda do Instituto Dias da Cruz e precisa ser utilizado até que possa fazer a ampliação, até agora não tem como. É um caso específico.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES:  A minha preocupação é essa, que por um caso específico se mude uma lei, não saberia os dados aqui, mas são muitas as entidades em Porto Alegre que têm permissão de uso, que utilizam imóveis municipais. Então, por um motivo desse a gente vai alterar uma lei, abrindo para que outras entidades possam fazer isso.

O debate precisa ser clareado, precisa ser feito dentro dessa Casa. Trago essa preocupação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, para discutir a Pauta..

 

O SR. REGINALDO PUJOL:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos em Pauta no dia de hoje, alguns assuntos que evidenciam, de forma clara, a situação que estamos vivendo nesse Legislativo. Um fato de que venho falando há mais tempo acerca do desgaste, da desmoralização de alguns instrumentos legais, aqui na Casa, está chegando ao seu ponto máximo e está levando muitos Vereadores - eu mesmo considero-me um tanto contaminado pelas circunstâncias - à verdadeira exasperação, dada a dificuldade que se tem de dar um encaminhamento regimental a determinadas postulações.

Vejo, aqui, por exemplo: o PLL nº 163/97, de autoria da Vereadora Anamaria Negroni, que autoriza a colocação de quiosques individuais para a venda de hortigranjeiros no espaço destinado a esse fim no Mercado Público.

Ora, a evidência do desespero da Vera. Anamaria Negroni em seu primeiro mandato é claro, S. Exa. tem posições, tem reclamado, tem postulado, não encontra eco, e vai buscar socorro no Projeto de Lei.  Vera. Teresa Franco, V. Exa. foi uma das primeiras a manifestar, aqui, o seu desagrado pela desconsideração que se faz com um Pedido de Providências. Eu não sei se V. Exa. recebeu, ao menos, resposta do Pedido de Providências formulado. Eu formulei, no início do ano legislativo, dezenas de Pedidos de Providências e sequer resposta eu recebi. É evidente que tenho que confessar que nesse desespero em alguns dos Projetos de Lei, de minha autoria, que transitam na Casa, já tive que radicalizar e levar ao extremo, estender o máximo possível a amplidão da capacidade legislativa para tentar fazer com que eles tivessem alguma conseqüência prática. Reconheço que o normal seria que muitas das matérias, que são objeto de Projeto de Lei  aqui na Casa,  fossem utilizadas por meio de Pedido de Providência, o mesmo Pedido de Providência que o Ver. Fernando Záchia, na Legislatura passada, legislou obrigando o Executivo a em 15 ou no máximo em 30 dias, oferecer uma resposta clara, fato esse que não tem sido a prática no momento.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu concordo com V. Exa. em relação às suas preocupações e queria lhe dizer que a Liderança do Partido dos Trabalhadores, caso for comunicada de problemas com a demora, fará todo o esforço para que o Governo Municipal responda, efetivamente, a todos os Pedidos de Providências, e dentro do prazo regimental, os Pedidos de Informação. Nós achamos que a sua demanda é justa, no entanto concordamos, também, que não podemos utilizar a questão de um Projeto de Lei para um coisa que não é atinente ao projeto de Lei.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço o aparte de V. Exa., e conhecendo-o da forma como o conheço não podia esperar um pronunciamento diferente. Eu lhe diria, desde já, que tenho 54 Pedidos de Providências sem resposta, e não é Pedido de Providência que tenha sido apresentado no mês de agosto. Há Pedido de Providências formulado em março deste ano, sem a menor resposta. Quero dizer que, enquanto persistir essa situação, eu terei que compreender posições como essa da Ver. Anamaria Negroni. Vou na Comissão de Justiça lutar pela legalidade do seu Projeto de Lei, porque se existe algum movimento no sentido de reduzir a capacidade do legislador de exercer, na plenitude a sua missão, é evidente que nós temos que reagir solidariamente com aqueles que se inconformam com a situação. E que buscam, pode até ser pelos meios menos adequados, ou não tão adequados como deveriam ser, na tentativa de ver preservada a sua área de influência, a sua área de competência, porque, afinal de contas, nós temos todos aqui uma representação  popular e um compromisso com aquele s que nos conduziram a esta Casa de responder, à altura, as expectativas, os anseios que motivaram a decisão de parte do eleitorado da Cidade de Porto Alegre, que de forma plural decidiu quem seriam as pessoas que os representariam nesta Casa.

Sr. Presidente, concluo dizendo que apesar de oferecer esses reparos  conscientemente à proposta da Vera. Anamaria Negroni, eu também fico muito preocupado com a não-realização de projetos, a protelação de projetos da área do município que justificam esse tipo de exacerbação e, sobretudo, os Projetos de Lei  Autorizativos que nesse sentido estão  tramitando na Casa aos borbotões, até que nós tenhamos um caminho melhor para nele nos inserirmos e encontrar uma melhor  solução para os problemas da Cidade, Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de passar a palavra ao próximo inscrito na Pauta, nós damos posse à Ver. Maristela Maffei, que assume no lugar do Ver. Gerson Almeida, que  solicitou Licença para Tratamento de Saúde, nos dias 22 e 23 deste mês.

O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra., para discutir a Pauta

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu ocupo este tempo de Pauta muito especialmente para me dirigir ao Ver. Renato  Guimarães, primeiramente para agradecer a oportunidade de podermos debater um projeto nesta Casa; em segundo lugar, para tranqüilizar S. Exa, no sentido de que o projeto que estamos propondo é de alteração de redação da lei específica dirigida ao Instituto Dias da Cruz. Nós não estamos mudando nenhuma legislação geral de doação ou de permissão. O Ver. Adeli Sell, que nos acompanhou, sabe bem disso. Nós estamos mudando apenas a Lei nº 462/50, que é específica do Dias da Cruz. 

Embora tendo a compreensão do Prefeito Raul Pont e do Procurador do Município, eu quero antecipar  um futuro , que o Prefeito, até porque tem que cumprir a legislação geral, volte a criar novos problemas para o Instituto Dias da Cruz. Ver. Renato, estou de pleno acordo com a sua preocupação. Acho que por causa  de uma única situação específica não poderíamos, de maneira alguma, abrir a cancela numa legislação geral.

Por outro lado, quanto à legislação de permissões, comodatos, locações essa lei é também de minha autoria apresentada ao tempo da administração Alceu Collares, aqui nesta Casa, teve votação unânime, ela havia sido devidamente negociada com o Executivo, e é essa lei que orienta ainda hoje as locações de áreas públicas do Município e que tem servido com um bom encaminhamento em relação à CAE e à Secretaria da Fazenda e, eventualmente, a EPATUR que às vezes tem a responsabilidade do acompanhamento dessas locações.

O que estamos propondo aqui é a modificação da lei relativa ao Instituto  Dias da Cruz. Aproveito para requerer à Sra. Diretora da DL que  verifique que não foi incluído no Processo, e eu entendo que deveria sê-lo, a Lei original 462/50. O texto original da lei que estamos propondo a modificação deve constar do Processo para evitar que algum outro Vereador  tenha essa preocupação que o Ver. Renato Guimarães teve, desse ponto de vista objetivo desnecessariamente porque ela é pontual em relação à Legislação. Eu queria pedir à Mesa que, através da DL, providenciasse a inclusão do texto da Lei 462/50.

A nossa preocupação é resolver esse problema. Ver. Renato, em primeiro lugar, não pode haver revenda da área; em segundo lugar, a locação tem de atender padrões da zona conforme a CAE tem utilizado como critério das avaliações ou de permutas, ou de locações, ou de compra e venda de imóveis.  Nós temos o depoimento, reconhecido pelo Executivo, de que o Instituto Dias da Cruz, se não expandiu as atividades da Instituição sobre a segunda área recebida, porque a primeira também é uma doação, é porque ele teve a oportunidade de, com o dinheiro arrecadado na locação da segunda, expandir as suas atividades  na primeira área recebida, ou seja, o Instituto construiu novos  andares e expandiu a área física sobre a primeira  área que ocupa, ali na Azenha com a Av. Ipiranga.

Eu acho que, com esses cuidados, nós encaminhamos definitivamente o problema do Instituto sem abrir mão, em nenhum momento, daquilo que para nós é fundamental, como V. Exa.  expressou. Não abrimos a cancela a título de resolver um problema pontual e, mesmo  no caso do Instituto Dias da Cruz, nós mantemos um controle, tanto do Executivo quanto do Legislativo, no sentido que se mantenha um comportamento compatível com uma Instituição, que recebe uma doação de alguma coisa que é pública e que o público de Porto Alegre abre mão, em nome da atividade que o Instituto realiza. Eu acho que, com essa colocação, nós encaminhamos bem, mas, de toda maneira, o debate é importante e o esclarecimento que faço é no sentido de responder a V. Exa. . Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão de Pauta.

Passamos ao período de

         

COMUNICAÇÕES

 

Este período é destinado a assinalar os 25 anos do Curso de Turismo da Faculdade  dos Meios de Comunicação Social, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - FAMECOS,  nos termos do Requerimento nº 205/97, de autoria da Mesa Diretora, e também para assinalar os 55 anos do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul.

Convidamos para fazer parte da Mesa, além do 1º Secretário, Ver. Paulo Brum; o representante do Reitor da PUCRS e Diretor da FAMECOS, o Sr. Gerônimo Carlos Santos Braga; a Coordenadora do Departamento de Turismo da PUCRS, Sra. Norma Martini Moesch; o Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, Sr. Jorge Luiz Correia da Silva, o Presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa, Sr. Ercy Pereira Torma, e o Presidente da Televisão Educativa, Sr. José Vieira da Cunha.

O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Período de Comunicações.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT:  Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Foi uma coincidência feliz, sem dúvida alguma, nos podermos juntar essas duas datas, na proposta da Mesa Diretora da Casa, que são os 25 anos da criação do Curso de Turismo da PUC e dos 55 anos da existência do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, inicialmente sindicato apenas com base territorial em Porto Alegre. São duas áreas de atividade que, cada vez mais, se identificam, se aproximam e são, por outro lado, duas áreas extremamente importantes para a sociedade em geral e, muito especialmente, para a sociedade brasileira.

Poderíamos recuperar a memória da existência desse curso de Turismo no Rio Grande do Sul, lembrando  que a sua criação foi justamente uma solicitação do Governo do Estado do RS, quando se instituiu o sistema estadual de turismo. Há 25 anos se verificava a falta de recursos humanos especializados e, evidentemente, uma  política de formação de recursos humanos para esse setor. Pois, nesses 25 anos o Curso de Turismo da FAMECOS-PUC formou nada mais, nada menos do que 1.392 profissionais bacharéis habilitados como planejadores e organizadores de turismo e que se encontram, hoje, espalhados por todo o País. A PUC tem sido, ao longo desses anos, um ponto de referência de formação de mão-de-obra especializada, de técnicos de planejamento na área de turismo em todo o nosso País, e acho que só isso deve ser um certo motivo de orgulho e de justificativa para a realização deste momento numa Sessão da Câmara de Porto Alegre, porque a PUC está sediada exatamente aqui na nossa Cidade.

Quanto ao Sindicato de Jornalistas do Rio Grande do Sul temos aqui pelo menos um Vereador que já foi seu presidente, o Ver. Lauro Hagemann. E lembrando a história desse Sindicato, dos 55 anos, através de um trabalho feito por uma aluna do curso de Jornalismo, a aluna Karen Trindade Vargas, verificamos que exatamente a Carta Sindical do nosso Sindicato, de cuja diretoria tenho orgulho de fazer parte neste momento, sob a presidência de Jorge da Silva, era concedida no dia 23 de agosto  de 1942. Na verdade, essa luta havia iniciado de maneira formal um pouco antes, a partir de novembro de 1941, quando, reunidos  para avaliar na sede da Associação Riograndense de Imprensa, que foi sempre a ARI a sede de tantas e tantas iniciativas de cidadania neste Estado, alguns jornalistas resolviam iniciar a luta  para a formação do Sindicato de Jornalistas. Instituía-se uma comissão organizadora e, em 23 de agosto de 1942, se conseguia a formalização desse trabalho, que teve nessa Comissão Provisória a Presidência de Arlindo Pasqualini, a Secretaria do Arquimedes Fortini e a Tesouraria do Cícero Soares. Era Delegado Regional do Trabalho João Latuada que foi quem respondeu pela  entrega dessa Carta Sindical e passaram a integrar a Diretoria inicial da administração do Sindicato: Arlindo Pasqualini, Arquimedes Fortini, Cícero Soares, Victorino de Andrade Pinto, José Ferreira Amaro Júnior, Henrique Juracy Maia, Antônio Newton L. F. Barata, Darcy Varnieri Ribeiro, Adail Borges Fortes da Silva, Nestor  Ericksen Guimarães, Frederico Renato Mottola, Luiz Palhares de Melo, Justino Martins, Ernesto Corrêa e Luiz Neves.

Se pudéssemos acompanhar cada diretoria  do Sindicato, nos períodos de quatro anos em que elas se sucederam,  veríamos que muitas foram as conquistas, muitos foram os debates e os desafios vencidos gradualmente pelos companheiros jornalistas ao longo de todos esses anos, e vamos, ao mesmo tempo, encontrar nomes que, infelizmente, uma boa parte deles hoje já não convivem mais conosco, que responderam em diferentes momentos pelo Sindicato. Ao mesmo tempo, pelo tipo de instituição que era o Sindicato dos Jornalistas responderam também de uma certa maneira por algumas lutas que representavam a cidadania e a História do Rio Grande do Sul e diria que também a História do Brasil. Lembro que o Sindicato dos Jornalistas, de um modo geral aqui no Rio Grande, sempre se fez presente nos debates regionais, nacionais e internacionais que se realizavam. Não se discutia nessas ocasiões apenas as questões estritamente relacionadas aos jornalistas, aos profissionais, mas  eram discutidas também aquelas  atinentes a toda a sociedade.

Registro a importância que, ao longo dos anos, foi sendo alcançada pelo Sindicato dos Jornalistas de maneira a ter o reconhecimento da sociedade civil. Por exemplo, quando tivemos de iniciar  a luta  para alcançar uma sede própria para o Sindicato, porque nenhum sindicato tem autonomia e independência, mesmo que sendo recebido pela Associação Riograndense de Imprensa, se não tiver a sua própria sede. Essa  sede foi adquirida exatamente através de uma negociação encaminhada por uma de suas diretorias em 1960 ou 1961, e que recebeu como reconhecimento por todo o trabalho a doação dos móveis  por parte da SAMRIG, e a doação de livros para a formação inicial de uma biblioteca, que ainda hoje temos, por parte da Editora Globo. Lembremos isso, porque são momentos significativos na história do nosso Sindicato.

Por outro lado, o nosso Sindicato nunca se fechou à participação de profissionais que se dispusessem, de fato, a atuar em nosso meio. E lembro que, dentre outros, a 5ª  Conferência de Jornalistas no Recife teve a participação, por exemplo, como representante do nosso Sindicato, de alguém que vinha do exterior, mas que havia se ligado a nossa história, que foi o Rui Diniz Neto, companheiro jornalista português, e que retornou a Portugal.

Quanto ao nosso Curso de Turismo, quero destacar que, cada vez mais, essa indústria, dita sem chaminé, não-poluente, é uma maneira de promoção, de divulgação e aproximação de povos, entre culturas, e maneira de podermos verificar o nível de desenvolvimento cultural e civilizacional. Portanto, a contribuição que o curso de Turismo tem dado ao Rio Grande do Sul e ao Brasil - e arriscaria a dizer que, pela nossa proximidade, com o Prata - tem sido significativa, sobre tudo a contribuição que damos à América Latina. Tenho acompanhado, algumas vezes à distância, a professora Norma algumas das discussões que desenvolvemos na FAMECOS, ou em outros âmbitos, e tenho visto o quanto os nossos profissionais têm contribuído trazendo idéias, tomando iniciativas a partir dos bancos escolares da FAMECOS , no nosso Curso de Turismo.

Quero aqui deixar registrado e parabenizar os nossos companheiros que, ao  longo desses 25 anos, conduziram o Curso de Turismo, que é pioneiro no Brasil e os companheiros do Sindicato que, neste momento, traduzem e sintetizam a luta de 55 anos em nome da liberdade de imprensa, em nome da liberdade de comunicação e, sobretudo em nome da cidadania de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Recebemos um "fax" de congratulações com os homenageados do Centro Cultural Vinte e Cinco de Julho de Porto Alegre.

Queríamos citar como extensão da Mesa a presença do vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, Sr. Leo Flores Vieira Nuñes; os membros da Diretoria do Sindicato;  o Sr. Darci Demétrio da Silva; o companheiro  Celso Schroeder, Sr. Renato Bohush,  André Pereira, Laís Ibarra, considerem-se como extensão da Mesa. Também a Assessora de Imprensa do Sindicato dos Jornalistas Sra. Márcia Camarano, os Professores do Curso de Turismo da PUC, Sra. Suzana Gastal, Sra. Diney Adriana de Oliveira, professoras do Curso de Turismo  e demais pessoas que nos honram com as suas presenças.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra, pelo tempo que lhe cede o Ver. Gerson Almeida, que está de licença.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúda os Componentes da Mesa.) É uma grata satisfação poder representar, neste momento, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, falar em nome da nossa Liderança, companheiro Gerson Almeida, e, também, falar em nome da Bancada do PSB, do nosso colega Professor Carlos Garcia. Eu quero registrar, aqui, o prazer de poder comemorar com o Sindicato dos Jornalistas os seus 55 Anos. Sindicato, esse, que, para nós, é um exemplo de luta, de dedicação, não apenas em defesa da sua categoria profissional, mas, fundamentalmente, na defesa da liberdade de comunicação e expressão. Junto com a FENAJ e com os Jornalistas, em nível nacional, hoje, numa grande luta democrática pela democratização dos meios de comunicação, porque não se pode constituir cidadania em lugar nenhum desse mundo sem a mais ampla liberdade de expressão e sem a democratização dos meios de comunicação.

Por isso, a nossa saudação à luta desse Sindicato, dos seus Dirigentes, dos seus associados. Quero, também, deixar, aqui, a nossa gratidão, a nossa homenagem ao curso de Turismo da FAMECOS, porque nos seus vinte e cinco anos deu a este Estado e  a este País profissionais de primeira grandeza que são necessários para que tenhamos uma verdadeira e efetiva política de turismo. Se depender de nossa parte, também faremos de Porto Alegre e  do nosso Estado um símbolo de política de turismo não apenas para o País, mas para o Mercosul, porque queremos que a Capital dos gaúchos  seja essa  referência.

Em 1990, aqui, em Porto Alegre, tivemos um grande congresso da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem com a participação da ABAV, da Faculdade de Turismo da PUC, Secretaria de Turismo do Estado e com a EPATUR, Empresa Porto-alegrense de Turismo. Tivemos também a participação do Conselho Municipal de Turismo. É necessário que retomemos o funcionamento normal do Conselho Municipal de Turismo, porque é uma expressão de todos os agentes que contribuem na formação de uma política de turismo na nossa Capital.

Em 1991, nesta Câmara, por iniciativa do Ver. Vicente Dutra, foi feito um Seminário para discutir a questão do turismo e inclusive a questão que hoje é mais atual do que nunca, de um centro de feiras e eventos na medida em que não podemos ficar na dependência de lugares importantes, porém não na Capital, como é o caso da FENAC, do nosso centro de eventos de Esteio, o Assis Brasil. Precisamos  pensar que a nossa Capital, hoje, não pode trazer alguns eventos importantes porque não dispõe de local adequado. Temos bons locais para eventos como na FIERGS, na PUC, na Assembléia e aqui na Câmara.  Já foram cedidos os nossos locais para vários eventos, no entanto, são pequenos e nós precisamos discutir essa questão com os agentes de turismo da nossa Capital, com a iniciativa privada, poder público, instituições como a FAMECOS e, particularmente, com o seu curso de Turismo.

Também quero salientar que outras questões estão na pauta, na questão do turismo. Por exemplo, a discussão de uma marina pública ou privada para a utilização mais e melhor, efetiva do nosso belo rio, do delta do Jacuí, o chamado Parque da Ponte, que é uma reivindicação dos clubes náuticos, que seria próxima da ponte do Guaíba e que incluiria a Doca Turística que, para nossa felicidade, será retomada numa parceria com a iniciativa privada, feita pela EPATUR. Também a consolidação do Parque do Delta do Jacuí, uma reivindicação importante e, aí, poderia enumerar uma dezena ou mais  de demandas que existem, algumas em fase de projeção, mas ainda, tenho certeza de que muito nós teremos que fazer e para isso, tenho certeza de que uma das maiores contribuições que já foram dadas pela política de turismo vem da nossa Escola, da nossa Faculdade de Turismo, da FAMECOS e os professores, os alunos poderão dar outras contribuições para que nós possamos construir coletivamente, o Poder Público do Município, evidentemente uma parceria com o Governo do Estado e o Governo Federal, mas também, fundamentalmente com a iniciativa privada uma efetiva política de turismo para a Capital dos gaúchos, porque nós queremos que Porto Alegre seja o centro turístico do Mercosul. Política de turismo na área do turismo de negócios, turismo de eventos, turismo cultural e nós queremos registrar aqui a nossa gratidão por estarmos na semana em que Porto Alegre recebe inúmeros grupos de teatro - o 4º  Porto Alegre em Cena.

Como já tivemos outros grandes eventos culturais que são, hoje, já uma referência  na nossa Capital e nós temos na pauta desta Casa a discussão sobre o destino da EPATUR nos próximos dias faremos um grande e renovado debate sobre essa questão. Nós daremos, sim, tenho certeza, nesta Legislatura o devido destino a essa questão. No lugar da EPATUR, tenho certeza de que nós, coletivamente, sem fazermos disso um embate de partidos políticos desta Casa, que não seria nenhum problema, afinal, esta é uma Casa democrática, mas coletivamente, nesta Casa, com setores envolvidos, esperamos contar, mais do que nunca, com a contribuição do Curso de Turismo da PUC, uma política de turismo para Porto Alegre, e que sejamos, num futuro próximo, a grande referência do turismo no Mercosul.

Saudação ao Sindicato dos Jornalistas, e ao Curso de Turismo. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em  Comunicações há inscrição do Ver. Guilherme Barbosa, que cede seu tempo ao Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Prezado Ver. Clovis Ilgenfritz, Presidente desta Casa,  Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Os 25 anos do Curso de Turismo da PUC que nós homenageamos hoje, a partir de agora têm um novo desafio: preparar os operadores de turismo para as novas relações de trabalho que se inauguram com a reforma da sociedade.

Essa nova modalidade industrial tem um futuro assegurado, e todos aqueles que vierem a ingressar nesse campo deverão estar munidos das melhores ferramentas para exercerem essa atividade. Especialmente naquilo que já foi registrado e realçado nas orações precedentes, uma intensa participação no Mercosul, nesse relacionamento novo entre os países que compõem essa parte do continente do mundo. Mas não é só com o Mercosul, é com todo o mundo, porque o mundo nosso está cada vez menor, e nós precisamos ter esta condição de ver e de atuar num mundo novo.

E o turismo, indiscutivelmente, é um dos fatores de aproximação, de riqueza, de integração com toda essa parte do nosso continente. Portanto, esse desafio ao Curso de Turismo da PUC fica realçado e precisa dar resposta a essas novas  colocações.

Na segunda parte do meu discurso, quero me referir aos 55 anos do Sindicato dos Jornalistas. É uma entidade que nasceu durante a II Guerra Mundial, em  1942, um período difícil da humanidade. Juntamente com a Associação Riograndense de Imprensa - ARI, procurou cumprir a sua parte no processo de integração dos jornalistas  com a comunidade.  Essa integração nunca foi abandonada.

Os primeiros diretores do Sindicato também foram dirigentes da Associação de Imprensa. O Sindicato teve, durante muitos anos,  a sua sede no prédio da ARI, assim como outras entidades de imprensa nasceram e se desenvolveram ali.

Vinte anos depois, nascia o Sindicato dos Radialistas, com as mesmas origens. Também se integrou à luta social.

O Sindicato dos Jornalistas de Porto Alegre  - então ainda não era do Rio Grande do Sul - foi fundador da CUT. Na famosa "assembléia do banheiro" o Presidente do Sindicato  dos Jornalistas de Porto Alegre foi eleito membro da primeira diretoria da CUT.

Com o tempo, o Sindicato dos Jornalistas foi alargando seus horizontes, transformando-se em sindicato estadual.

Recordo-me de que quando ingressei no Sindicato dos Jornalistas, há 40 anos - o Presidente era Firmino Bimbi -, o Sindicato de Porto Alegre queria fundar uma Federação Riograndense de Sindicatos de Jornalistas.  Conseguiu quatro sindicatos do interior do Estado, faltava o quinto para formar a federação, o qual nunca foi conseguido, ou, pelo menos, ficou na metade do caminho. Eram os Sindicatos de Caxias, de Passo Fundo, de Cachoeira e o de Porto Alegre - e o de Santa Maria, que nunca saiu do lugar.  Não conseguimos fundar aqui a Federação Estadual dos Sindicatos de jornalistas, idéia que foi abandonada, evidente, pela maior conquista que era a Federação Nacional dos Jornalistas. Isso acabou se constituindo e hoje é uma das entidades, junto com a  ABI, um esteio da sociedade civil brasileira.

Não há luta política, neste País, que não tenha a participação das entidades dos jornalistas. De fato, nós somos uma espécie de antecâmara dos partidos políticos. Não temos uma preferência por esta ou aquela agremiação, mas fazemos política com "P" maiúsculo. É essa a nossa função. A imprensa - e eu disse isso aqui há dias - deve ser o reflexo da sociedade e nesse mister de refletor da sociedade deve se comportar como uma espécie de apontador de rumos da sociedade para que não se caia em desvãos inúteis e improfícuos.

A data de amanhã  assinala os cinqüenta e cinco anos do Sindicato dos Jornalistas. Primeiro de Porto Alegre e, agora, do Rio Grande do Sul é uma data festiva para nós que militamos neste tipo de atividade e que devemos continuar fazendo todo o nosso esforço para que os sindicatos da categoria continuem cumprindo o seu papel.

Parabéns ao Curso de Turismo pelos seus 25 anos e parabéns aos companheiros do Sindicato dos Jornalistas pelos 55 anos da Entidade. Já estamos ficando de barba branca, mas com a cabeça muito clara e muito viva. Muito obrigado.  (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)                                      

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Nós  vamos falar não só em nome do PTB, mas  a pedido dos Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal, do PPB. Queremos cumprimentar o Sr. Presidente desta Casa, Ver.  Clovis Ilgenfritz e a todos os componentes desta solenidade.

Estamos, hoje, prestando uma homenagem a uma das áreas mais  importantes para o crescimento qualitativo da  humanidade: a  comunicação. Primeiro, porque nos dá  o conhecimento do passado importante, segundo, porque nos dá o conhecimento do presente que nos toca e, terceiro, porque nos dá  a presunção do futuro que nos surpreende, muitas vezes, se tornando,  pela sua velocidade, em presente.  Duas instituições que fazem o seu trabalho de uma maneira diferenciada: o turismo, que faz a sua comunicação através das expressões  culturais, através da modificação da anatomia da natureza ou da sua exploração, e o jornalismo, que é a comunicação, a crítica, a fiscalização e o esclarecimento.

A história do Sindicato já foi falada, aqui, através dos  Vereadores que me antecederam, principalmente  o Ver. Antonio Hohlfeldt e o Ver. Lauro Hagemann que foi um dos seus presidentes. Mas um dos detalhes importantes é que  este Sindicato sofreu duas intervenções,  fala-me o Ver. Lauro Hagemann, mas falo em uma  delas que foi no dia 30 de janeiro de 1964, por ocasião do golpe militar que tivemos no País. Comentava o Ver. Hohlfeldt que,  muito embora essa intervenção  se desse no dia 30 de janeiro de 1964,  mas foi  exatamente o Decreto Lei nº 972/69, baixado pela Junta Militar que assumiu o poder no  impedimento do Marechal  Costa e Silva, que regulamentou a profissão  de jornalista no País. É um fato curioso.

Uma das coisas mais importantes e uma das discussões que, acredito, vai-se dar com maior freqüência entre os jornalistas - aliás, ela já se dá - mas onde a participação do Sindicato vai ter um papel extremamente importante e fundamental é, exatamente, a que diz respeito à liberdade de imprensa, porque nessa discussão sobre a liberdade de imprensa, muitas vezes, se discute a liberdade daquilo que o empresário, que detém o poder quer comunicar e não a liberdade para que o profissional possa colocar as suas idéias. Essa discussão sobre liberdade de imprensa foi iniciada há algum tempo, se faz com bastante vigor nos tempos atuais, mas precisa ser aumentada na sua qualidade e na sua intensidade no futuro.

Temos aqui hoje, para nossa satisfação, a Professora Norma. Tivemos um prazer muito grande em poder conviver com a Professora, com o Professor Firmino Trindade, que, infelizmente, já não está entre nós, e foram pessoas extremamente importantes na época em que fiz a Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC, onde concluí em 1981. Naquela época, assim como agora, nos dois primeiros anos se faz o aprendizado daquilo que é fundamental para a área de comunicação, e nos dois anos seguintes é que se faz a especialização. Então, convivi com belíssimos profissionais de muito sucesso nessa área de turismo, mas que, tenho certeza absoluta, encontram um cerceamento muito grande para que possam desenvolver suas funções de uma maneira mais livre e com mais sucesso, porque, se formos olhar para a área de turismo aqui mesmo em Porto Alegre, com uma natureza belíssima, uma Porto Alegre encantadora, vamos ver que conseguimos atrair muito pouco turista, exatamente por falta de uma política maior sobre turismo.

Quando falamos em turismo temos que voltar àquela discussão que foi iniciada pelo Vereador Adeli Sell desta tribuna, mas que já ocorre aqui neste Plenário há muito tempo, que é exatamente sobre o fim da Empresa  Porto-Alegrense de Turismo. Há muito tempo, os Vereadores, principalmente os de oposição, se batem contrariamente a colocar fim à EPATUR, querendo não o final da EPATUR, mas sim uma qualidade maior nesta área, podendo, inclusive, ser criada uma secretaria. Ao invés disso, o que temos aí é uma proposta que liquida com a EPATUR e que é uma discussão muito grande que não deve ficar apenas no âmbito desta Casa, porque, afinal de contas, aí estão os profissionais de turismo que se interessam por Porto Alegre e que querem discutir Porto Alegre, querem discutir o Rio Grande do Sul e que precisam também começar a discutir essa matéria que é tratada aqui no Legislativo Municipal e que diz respeito ao futuro da área de turismo.

Neste momento em que cumprimentamos a FAMECOS, através do curso de Turismo, nós queremos chamar os professores, diretores e alunos para que façam parte dessa discussão, para que possam tomar conhecimento desta matéria que está sendo discutida aqui na Câmara Municipal, para que eles possam, através da sua opinião, quem sabe, modificar o rumo dos acontecimentos aqui em Porto Alegre. E no momento em que nós estamos comemorando tanto o aniversário do Sindicato dos Jornalistas como da Faculdade de Turismo, nós não poderemos deixar de chamar o comunicador dos comunicadores, que é aquele que simboliza este momento em que estamos fazendo homenagem ao campo da comunicação e que é Jesus Cristo. Ele, através das suas verdades, conseguiu fazer com que 2 mil anos de história pudessem ser modificados e que pudéssemos ter uma humanidade um pouco melhor. Nesta homenagem, esperamos que Ele, comunicador dos comunicadores, possa estar orientando tanto os alunos do Turismo como também os nossos jornalistas para que possamos ter melhores profissionais. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)  

 

O SR. PRESIDENTE:  Passamos a palavra, com muita honra, para a Profa. Norma Martina Moesch que fala em nome do Curso de Turismo da PUC.

 

A SRA. NORMA MARTINA MOESCH: (Saúda os componentes da Mesa. ) Srs. Vereadores e demais presentes. Em primeiro lugar, desejaríamos agradecer a deferência, a distinção com que a Câmara de Vereadores, neste momento e neste ato, contempla o Curso Superior de Turismo pela passagem de seus 25 anos. Estamos sobremaneira gratificados por esta homenagem, tendo em vista que esta atividade, ao mesmo tempo que é tão grandiosa, tão desenvolvida e tão fantástica, é tão pouco reconhecida pela sociedade, especialmente pela sociedade brasileira e por que não dizer, de um modo muitíssimo especial, pela sociedade riograndense, que, salvo raras e honrosas exceções,  ainda está muito distante de ter consciência, conhecimento do que o turismo pode e deve oferecer aos povos que buscam o crescimento e o desenvolvimento integrado.

Gostaríamos de fazer um pequeno registro, já que hoje comemoramos os  55 anos do Sindicato dos Jornalistas. Não é sem razão que a Câmara escolheu esta data para homenagear as duas instituições, a Comunicação, o Jornalismo e o Turismo. Até porque o Turismo, assim como o conhecemos organizadamente, tem seu marco referencial no momento em que, terminada a 2ª Guerra Mundial, o mundo todo é brindado com o surgimento dos meios de comunicação de massa. É no momento em que é criada a televisão que podemos assentar o marco referencial da disseminação do turismo de massa no mundo.

No Brasil, o turismo entra pela porta dos fundos, na década de 30 a 40, e essa porta dos fundos nada mais é do que o Rio Grande do Sul. É por aqui que tudo começa, como turismo oficial e como turismo organizado. Curiosamente, é por Porto Alegre que o turismo começa, entra, se assenta e se impõe no Brasil. É com a realização do grande evento que teve lugar, hoje Parque da Redenção, comemorando o Centenário da Revolução Farroupilha, que se criou o primeiro evento no Estado do Rio Grande do Sul a dar promoção, difusão e a fortalecer uma imagem de Porto Alegre para o Brasil e para o Mercosul, então, Conesul, seguido do grande evento da Festa da Uva em Caxias do Sul. É nesse momento que as atenções do País se voltam para o nosso Estado, tendo em vista que importantes organizações, importantes segmentos da sociedade de um modo especial aquelas que se fazem representar pelo Legislativo do Estado tomam a si a bandeira em favor do turismo.

É pela década de 1970 que nós temos a criação de um modelo considerado ideal, considerado precursor do turismo organizado nacionalmente. É novamente o Rio Grande do Sul que apresenta ao Brasil um padrão de sistematização turística. Esse modelo foi arduamente defendido pela Assembléia Legislativa do Estado, tendo à testa do movimento o, então, Deputado Vítor Faccioni, a quem o turismo do Rio Grande do Sul muito deve. Numa seqüência, nós poderíamos afirmar que o turismo e a comunicação sempre estiveram de braços dados com o Legislativo Estadual e com os meios de comunicação, mais especialmente, com os comunicadores, tendo na figura de Klil Druck, provavelmente pouco conhecido pelos senhores, e Osvaldo Goidanisch, mais conhecido, na década de  40, 50, 60 e 70, uma verdadeira luta em favor do desencadeamento do turismo e da valorização dessa atividade. Na seqüência, quando o Governo do Estado cria o Sistema Estadual de Turismo, através da Secretaria de Estado, da Companhia Riograndense de Turismo e da Comissão Intersetorial de Turismo, o governo, através da Confederação Nacional do Comércio faz chegar à Pontifícia Universidade Católica uma solicitação para a criação, através da Faculdade dos Meios de Comunicação Social,  do curso superior de Turismo, destinado a formar recursos humanos em nível de 3º grau para o gerenciamento da importante atividade que iniciava-se no Estado.

Nesse momento,  temos duas figuras importantíssimas, duas autoridades das Comunicações Sociais, a quem o curso de Turismo e a quem a atividade no Estado muito deve. Ao insígne Profº. Alberto André, que foi o Diretor das Faculdades dos Meios de Comunicação, à época, que amparou, protegeu e fortaleceu a  criação do curso de Turismo e, posteriormente, a partir da década de 80, 90, com o saudoso Antônio Gonzales, nosso querido Diretor, que há tão pouco tempo nos deixou, com tanta saudade.

Atualmente, vemos com muito entusiasmo e, por que não dizer, com muita expectativa, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na década de 90, assumindo um importante papel, já defendido pela Assembléia Legislativa do Estado e pela ARI, através de seus ilustres jornalistas e grandes defensores da causa do Turismo.

Perdemos Osvaldo Goidanich, Alberto André, por não se encontrar mais na direção desses organismos, e com a partida de Antônio Gonzales, ficamos um pouco órfãos. Hoje vemos que temos na Câmara Municipal de Porto Alegre um incipiente movimento em favor do turismo, porque poucas vozes têm- se levantado para defender, aquilo que eu diria, o direito de resgate da Cidade de Porto Alegre frente a sua capacidade geradora de turismo. É um erro afirmar que Porto Alegre é uma Cidade que não tem vocação turística. É um desconhecimento de causa, se eu puder dizer, até de certo modo, é uma ignorância atribuir à Porto Alegre a falta de capacidade, a falta de atributos para gerar turismo. Tanto acreditamos nesta  perspectiva, nesta sua dimensão, que hoje à noite, iniciando as festividades do 25º. aniversário do curso de Turismo, um importante convênio estará sendo firmado pela Faculdade dos Meios de Comunicação, a Pontifícia Universidade Católica, através do nosso curso, com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o curso superior de Turismo. Porque queremos um convênio com Porto Alegre para entrar com muita força, com muita decisão, professores, alunos, apoiadores, com o aval do Sr. Reitor, do nosso Diretor, porque é tempo de mapearmos a nossa Cidade e fazermos de Porto Alegre a grande capital turística do Mercosul e do Brasil.

Para o ano de 1998, teremos aqui um Encontro das Capitais Continentais de Turismo, queremos mostrar ao Brasil e à América do Sul que, sem mar, também se faz. turismo em capitais que tem capacidade de produção cultural, patrimônio cultural e histórico e gente maravilhosa, bonita, cheia de vida como Porto Alegre tem.

Ficamos muitíssimo agradecidos por esta oportunidade e esperamos que todos os Vereadores e a Presidência desta Câmara nos apoiem numa campanha em favor da preservação de um órgão oficial de turismo digno, forte, que não seja a velha e cansada EPATUR, um órgão que venha com força total para resgatar, não só o que Porto Alegre merece, mas o Rio Grande do Sul e o Brasil. Porto Alegre é turística, sim. Muito obrigada. 

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Jorge Luiz Corrêa da Silva, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

O SR. JORGE LUIZ CORRÊA DA SILVA: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. Clovis Ilgenfritz da Silva (saúda os componentes da Mesa), colegas jornalistas desta Casa, em especial o companheiro Antonio Hohlfeldt, que solicitou esta sessão, colegas da diretoria do Sindicato dos Jornalistas, nós poderíamos, nesta homenagem aos 55 anos do Sindicato dos Jornalistas, relembrar esses mais de 50 anos de história, de luta de nossa entidade, desde o momento em que ela foi fundada na época do Estado Novo, passando por outros momentos difíceis neste País, especialmente na década de 60, quando ocorreram intervenções, quando o Sindicato precisou agir politicamente na luta pela democracia neste País, junto com outras entidades de trabalhadores e movimentos  populares.

Prefiro, de certa forma, analisar o atual momento do sindicalismo em nível nacional. Precisamos reconhecer que o movimento sindical foi colocado em xeque no atual modelo econômico. Vivemos, hoje, momentos bastante difíceis, onde aquele papel que os sindicatos desfrutavam nos últimos anos, de administrador de dissídios, a mera luta econômica deixa de existir. É preciso buscar novas alternativas.

Há bem pouco tempo, o sindicato que fosse para um dissídio coletivo e conseguisse 50%  ou 60% de reajuste tinha a sua diretoria ovacionada, porque tínhamos uma inflação. Hoje, a cultura é diferente, aparentemente a briga é por um reajuste menor, e se vamos para um acordo coletivo buscar 5 ou 6% o sindicato não é reconhecido. E esse é o momento das categorias buscarem esse tipo de reconhecimento. E é momento das entidades lutarem por outras alternativas.

É o momento, por exemplo, do Sindicato dos Jornalistas dizer que a nossa profissão é regulamentada em lei. E que algumas entidades, inclusive sindicais, não cumprem aquilo que diz a nossa lei, que é preciso para fazer um jornal, para quem atua numa assessoria de imprensa ser um jornalista.  A Lei 972, de 1979, exige que quem exerce uma função jornalística tem que ser jornalista diplomado.

Somos, hoje, cerca de 8500 profissionais nesse Estado, cerca de 2000 apenas estão empregados, o resto está desempregado.

Então, precisamos buscar alternativas, até porque existem 12 faculdades de Jornalismo, 500 novos profissionais são formados a cada ano. Precisamos buscar alternativas para esses companheiros.

Então, a luta do Sindicato, hoje, além de ser econômica é pela preservação do mercado de trabalho, buscar emprego para mais de 5000 companheiros desempregados.

Por isto, esta homenagem que nos é prestada na Câmara é de suma importância para que alertemos, até, os companheiros aqui da Câmara de Vereadores para que disseminem, na sociedade, essa nossa intenção de que para ter um jornal quem deverá atuar na assessoria de imprensa deve ser  jornalista. A sociedade também enfrenta uma situação de mercado extremamente saturado, e nós jornalistas precisamos ficar atentos a esse tipo de mudança. Até meados da década de 70, metade dos jornalistas empregados do nosso Estado estavam nas redações, ou seja, eram empregados de um Correio do Povo, de empresas da Caldas Júnior, do Jornal Zero Hora, da RBS.

 Hoje, a realidade é totalmente diferente, quando 70% dos companheiros está fora dos grandes veículos de comunicação: são assessores de imprensa, trabalham na mídia alternativa, pequenos jornais, jornais de bairro, jornais sindicais, rádios e televisões comunitárias. Esse é um campo que nós, jornalistas, estamos buscando. É uma alternativa para nós. A nossa luta mudou. Hoje o piso do jornalista - para quem não sabe - é de R$ 681,00, e todos acham que jornalista, por ser formado, ter curso de terceiro grau, ganha bem, mas não ganha. R$ 681,00 é o nosso piso salarial, e isso com muita luta e muito esforço na mesa de negociações. Nós precisamos mostrar à sociedade que a luta dos jornalistas é igual à luta de qualquer outro trabalhador. Não vale aquela imagem de que jornalista, que é um trabalhador intelectual, ganha bem. Não é! Nós devemos mostrar à sociedade e nos integrar, inclusive, à luta dos trabalhadores na busca da democratização das comunicações, à luta pela liberdade de comunicação, mas também mostrar que nós, jornalistas, estamos desempregados, que ganhamos pouco e que devemos lutar contra isso.

Agradeço à Câmara de Vereadores por esta homenagem e convido a todos para as solenidades dos 55 anos, e amanhã será um dia importante para nós, na sede do Sindicato, quando seis companheiros que ou foram fundadores -  e apenas o Renato Mótula, que foi um dos fundadores, ainda vivo - junto com os demais companheiros, que foram testemunhas da criação da nossa entidade, estarão no Sindicato, relembrando a história. É importante relembrarmos a criação do Sindicato para que possamos continuar a nossa luta em defesa de uma categoria, hoje integrada por 8.000 profissionais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós entendemos que esta data, 55 anos do Sindicato dos Jornalistas e 25 anos da formação da Escola de Turismo da PUC. E é uma data que precisava ser marcada para a própria imprensa. Que seja dito que nesta Câmara nós homenageamos  aqueles que construíram a história do Sindicato dos Jornalistas que fazem a imprensa neste Estado. E também que nós estamos interessados em resolver o problema do turismo. Nós não nos conformamos com o fato de que Porto Alegre não seja voltada efetivamente para o turismo. É uma bandeira, é um desafio do Governo Municipal, é um desafio deste Legislativo, é um desafio da Cidade de Porto Alegre. A vida da Cidade, cada vez mais, precisa ter opções para atender a demanda turística. Basta uma simples olhadela na vida das maiores cidades do mundo para ver, cidades com o potencial semelhante ao de Porto Alegre, para ver o quanto é importante estabelecer esse processo de troca com cidadãos de outras regiões, tanto do Brasil como do exterior.

Queremos dizer que, ouvindo os discursos dos nossos colegas, nos sentimos plenamente representados como Mesa Diretora da Casa. E também em muitos momentos, principalmente nos discursos do Ver. Lauro Hagemann, do Ver. Antônio Hohlfeldt,  que são jornalistas, que já participaram muito dos movimentos sindicais, nos lembramos, relembramos de momentos históricos e muitas vezes de forma semiclandestina para poder retomar uma luta que era importante, do sindicalismo no nosso Estado.

 Eu agradeço imensamente a presença dos participantes desta homenagem: Sr. Gerônimo Carlos Santos Braga, Diretor da Faculdade e representando o Sr. Reitor; Professora  Norma Martini Moesch,  Coordenadora do Departamento de Turismo da PUC; o  nosso Presidente do Sindicato, Jorge Luz Correa da Silva; o Presidente da Associação Riograndense de  Imprensa, que nos prestigia sempre;  Sr.  Ercy Pereira Torma e o Presidente da TVE , Sr. José Vieira da Cunha. Um abraço a todos , um Feliz Aniversário para o Sindicato e para a Faculdade de Turismo.

 Suspendemos a Sessão por alguns minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h30min): Estão reabertos os trabalhos.

Havendo quórum passamos à

 

ORDEM  DO  DIA

 

Esta Presidência quer sugerir aos Srs. Vereadores uma rápida homenagem aos colegas de trabalho da Câmara, em especial, ao Presidente do GECAPA,  Hailton de Jesus. Ele nos trouxe a taça que foi conquistada,  neste fim de semana, pelo GECAPA, representando a Câmara. Ele foi campeão da 2ª Liga Marinha do Brasil, Campeonato Classificatório para o Campeonato Municipal. (Palmas.)

Também comunicamos que o Ver. Carlos Garcia estará representando esta Casa na solenidade do 8º aniversário de criação do Centro de Ensino e Instrução dos Bombeiros que se realizará hoje às 17h, com a apresentação dos resultados obtidos na  primeira fase de implantação do Laboratório Operacional de Bombeiros do Estado. O Vereador ofereceu-se para nos representar como membro da Mesa e, com muita honra, fazemos o comunicado.

O Ver. Carlos Garcia também estará nos representando no 9º Congresso para Abertura da Primeira Integração Mercosul de Atividade Física e 9º Congresso Gaúcho de Educação Física, em Santana do  Livramento, que se realizará de 25 a 28 de setembro, e fez questão de ir sem ônus para a Casa.

E motivo de júbilo  para esta Casa, a Mesa informa que um funcionário desta Casa, neste fim de semana, Francisco Hipólito, recebeu a medalha de 2º lugar na Rústica do 94ª aniversário do Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense. (Palmas)

Solicitamos  ao Vice-Presidente da Comissão de Justiça, Ver. Juarez Pinheiro, que reuna as Comissões para Reunião Conjuntas para análise de três pareceres

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h59min.)

 

O SR. PRESIDENTE  (às16h12min): Estão reabertos os trabalhos.

Em votação Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando que seja invertida a Ordem do Dia, para que seja votado primeiramente o Projeto nº 113/97,e, após, o PLL  nº 021/97.Os senhores Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO  por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1826/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº113/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Antônio Sáber um logradouro público, cadastrado como Rua 35 - Parque do Arvoredo, localizado no Bairro Jardim Itu-Sabará.

 

Pareceres

 - da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Vera. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 113/97. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.(Pausa.) Os Senhores Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO  por unanimidade.

 

            DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0648/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria da Vera.. Anamaria Negroni, que autoriza a construção de crematórios para incineração de cadáveres de animais e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;       

- da CEDECONDH. Relator Ver. Hélio Corbellini: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- adiada a discussão por cinco Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 021/97. (Pausa.)  Encerrada a discussão. Em votação. A Vera.. Anamaria Negroni está com a palavra,  para discutir.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nosso Projeto, que trata da construção de crematórios para incineração de cadáveres de animais foi rejeitado apenas pela Comissão de Constituição e Justiça, cujo Relator foi o Ver. Juarez Pinheiro; nas demais Comissões, foi aprovado.

Eu gostaria de salientar os Relatórios dos Vers. Pedro Américo Leal,  Hélio Corbellini e, em especial,  Paulo Brum, nosso ilustre Secretário.

Este Projeto, sem dúvida nenhuma, vem em benefício desta Cidade,, porque  trata de uma preocupação com a saúde pública. A saúde pública é sempre uma coisa séria, e sempre devemos   observá-la  constantemente.

É nosso dever, como Vereadores, nos ocuparmos com as  várias questões da  Cidade, mas, principalmente, com a questão da saúde pública.

Esses crematórios são uma reivindicação de criadores de pequenos animais, aqueles que vivem em casas com pátios pavimentados  ou em edifícios, porque, quando esses animais morrem, as pessoas não sabem como sepultá-los. Normalmente esses animais são acondicionados em sacos plásticos e levados pelo caminhão do DMLU   para o lixão de Cidade junto com os demais lixos. Quando isso não ocorre, os animais são largados no arroio Dilúvio ou em terrenos baldios onde ficam em estado de putrefação por vários dias até que seja feita  denúncia ao DMLU.

Por isso, então, esse incinerador é visto como uma necessidade, pois viria também sanar um problema muito grande em Porto Alegre,  que não foi colocado neste Projeto: o lixo hospitalar.

Neste ano, em duas oportunidades, foi noticiado nos jornais  que foram encontrados nas ruas de nossa Cidade um pé e uma perna, que caíram  do caminhão do DMLU por terem sido mal acondicionados quando eram levados para o lixão.

Então, não seriam só os membros  amputados dos seres humanos, mas todo o lixo hospitalar, tudo seria incinerado. E o que é mais importante é que esse incinerador em nada oneraria os cofres públicos de Porto Alegre porque nós já pagamos por ele. Esse incinerador foi pago no governo do ex-Prefeito Olívio Dutra, foi pago e não foi recebido pela Cidade.

Como este é um  Projeto Autorizativo, esta seria uma maneira de fazer com que o Governo petista fizesse chegar a Porto Alegre esse incinerador que viria sanar tantos problemas. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A  Vera. Maria do Rosário  está com a palavra.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, do ponto de vista da legalidade, o art. 94 da Lei Orgânica deixa bastante claro que esta matéria é de competência  privativa do Chefe do Poder Executivo. Então,  quanto à constitucionalidade e organicidade,  a matéria não é de competência nossa. Diante disso, pretendo dar as razões de mérito pelas quais nós não somos favoráveis à aprovação deste Projeto.

Ocorre que quanto a esta questão, há necessidade de licença específica dos órgãos de proteção ao meio ambiente, que não têm, no município, prioridade em relação à  proteção da vida animal. E quero dizer a V. Exas. que, primeiro, é urgente desenvolver políticas de proteção da vida animal.

Quanto à proposta da Vera. Anamaria Negroni, ela poderia ser  analisada no futuro, porque o que é urgente para nós é a construção de um centro de zoonoses e, por isso, não podemos empenhar recursos  públicos na construção de um crematório para incineração de cadáveres de animais.  Neste momento,  os recursos públicos devem, prioritariamente, nesta área, ser destinados a esse centro de zoonoses, que irá  recolher os animais mortos.

Srs. Vereadores, o  centro de zoonoses terá competência, de acordo com a vigilância sanitária, na perspectiva da saúde pública do município, definida para proteção dos animais. Ou seja, aqueles que maltratam os animais,  pela nossa legislação específica, ou mesmo pelas normativas da Constituição ao até mesmo internacionais, têm que ter esses animais retirados da sua guarda. Por isso,  precisamos de um centro de zoonoses prioritariamente e  não de um crematório para os animais.

Outra política que precisa ser desenvolvida, do ponto de vista da saúde pública, e precisa do aporte de recursos, é a  de esterilização - e me entendam bem! - é importante uma política de esterilização quando se fala em animais. É um direito que isso se constitua e  está colocado no plano da saúde pública e da vigilância sanitária.  Portanto, prioritário em relação à incineração dos cadáveres, que podem ter um fim determinado a partir dos programas de vigilância sanitária e de um centro de zoonoses.

O Município de Porto Alegre tem desenvolvido políticas, com relativas a essa questão, articuladas entre a Secretaria da Saúde com Meio Ambiente, inclusive com a Secretaria de Indústria e Comércio.

Por isso, não podemos gastar com um crematório neste momento. Esta lei será inócua, porque é preciso fazermos a fiscalização rigorosa, por exemplo, das feiras irregulares nos parques ou à beira deles. Como no Brique da Redenção, todos os domingos, os senhores e as senhoras  podem ver uma feira de animais que está lá irregularmente, sem condições sanitárias. É  prioridade  para o município de Porto Alegre que aquela feira não permaneça lá, porque é ilegal e  porque não resguarda os direitos básicos dos animais, o bem-estar deles. Muitas vezes ali são vendidos animais sem as devidas vacinas, antes do prazo em que é permitido comercializá-los, e  o consumidor é lesado, mas especialmente o direito do animal sendo lesado.

Srs. Vereadores, a nossa prioridade é a vida, neste momento. Se aprovarmos esse Projeto, que pode ter seus méritos, retiraremos esses recursos de onde? De onde estamos aplicando, hoje, que é na construção  desses centros de zoonose?

Quantas e quantas vezes vemos animais soltos pelas ruas? Precisamos trabalhar com essa problemática, como o Ver. Luiz Braz fez muito bem, assim como o Ver. Giovani Gregol, na Legislatura passada, com legislações específicas.

Portanto, a Bancada do PT é contra a aprovação desse Projeto. Queremos pedir aos Srs. Vereadores que priorizem a proteção da vida. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.  Analisando o Projeto da Vera. Anamaria Negroni, temos que ter presente uma coisa: quando não interessa um projeto de um determinado Vereador, invoca-se a questão da constitucionalidade.

Ora, se formos fazer um rigoroso levantamento dos projetos que tramitam nesta Casa e que têm o exame, o crivo da Comissão  de Constituição e Justiça,  80% deles são objeto de manifestação pela rejeição. Então, não é por aí.  Se querem fazer rigorismo em matéria de constitucionalidade de lei e de ações dentro deste Legislativo, em detrimento, até, do caráter político dos projetos, que é a prioridade que esta Casa tem dado, vamos, simplesmente, estabelecer que o projeto que não tem o crivo e a aprovação da constitucionalidade, seja arquivado imediatamente. Eu topo e assino embaixo. Agora,  vir, sob essa ótica, criticar um trabalho da maior importância em matéria de saúde pública, que é este Projeto da Vera. Anamaria Negroni que, infelizmente, vai ser mais um projeto que, embora relevante, não vai-se tornar realidade. Ele é uma faculdade que vai ser colocada à disposição do Executivo Municipal, ele é um instrumento que se coloca, em termos de saúde pública, ao Prefeito da Cidade.  É óbvio que V .Exa., Vera. Anamaria, vai poder dizer que fez um  projeto de natureza autorizativa, mas   V. Exa. não vota em bloco ou em parte afinado com a Bancada Governista,  então V. Exa. terá dificuldade em vê-lo tornar-se uma realidade. V. Exa. poderá ter um discurso que sustentará em nome da saúde pública. Fez a proposta   autorizando a criação de  um crematório para animais, para que eles não sejam jogados no Arroio Dilúvio, no rio Guaíba, nas sarjetas das ruas, nas praças e em outros tantos lugares.

Nós temos que pensar na vida, é  evidente que temos que pensar na vida, mas a vingar essa posição, nós poderíamos dizer que o Projeto do Ver. Clóvis Ilgenfritz, que é o crematório, que é uma velha luta, não tem sentido. E tanto pensamos na vida que queremos preservar a saúde pública. E com a cremação dos cadáveres dos animais, nós estaremos apostando na vida e na saúde.

V. Exa. conseguiu na  Comissão de Constituição e Justiça, o reconhecimento da relevância da matéria, através do Ver. Pedro Ruas, do Ver. Paulo Brum, beleza de manifestação, de  Parecer, do  Ver. Hélio Corbellini também, todos no sentido da aprovação do Projeto de V. Exa.,  que encontrou quase a unanimidade, mas justamente  tem a resistência  dos governistas. O Projeto é bom, Vereadora. Tenho tanta certeza que ele é bom que, se viesse a empatar, o Presidente desta Casa votaria favoravelmente ao  Projeto de V. Exa., porque se afina com a concepção de saúde na proposta que ele vem lutando há tanto tempo que é  a criação  do célebre crematório para cadáveres de seres humanos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE:  Encerrada a discussão. Em votação nominal por sugestão do Ver. Guilherme Barbosa. (Após a chamada.) Dezessete votos SIM,  12 votos NÃO, APROVADO o Projeto

Srs. Vereadores, foi feita uma distribuição de material sobre o Orçamento da Câmara. Temos que entregar até a próxima sexta-feira, à Prefeitura Municipal, o nosso Orçamento para 1998, com todos os detalhes. A Mesa, reunida com os Diretores, examinou  todos os dados do Orçamento, entendeu a necessidade de uma consulta que já foi encaminhada aos líderes na semana passada e propôs aos Srs. líderes que discutissem, no âmbito das bancadas, e nos encaminhassem até amanhã sugestões que fossem importantes para o nosso orçamento.

Nós estamos propondo uma discussão mais ampla porque normalmente o Orçamento ficava restrito a uma peça puramente técnica que repete rubricas de muitos anos. E foi constatado que várias rubricas, inclusive pela Lei Orgânica de 89, já não são mais possíveis. Então, nós sugerimos que essa discussão fosse feita no âmbito das diretorias e também no âmbito das bancadas. Uma discussão rápida, não muito exaustiva, é uma peça realmente fácil de ser examinada e nós já estamos com várias propostas sendo encaminhadas pelo Diretor-Geral, pelo Diretor de Patrimônio e Finanças, que são coordenadores dessa área, ordenadores inclusive das despesas, junto com o  1º Secretário e este Presidente, tentando auscultar os Srs. Vereadores com relação ao Orçamento. Dia 25, vamos ter uma reunião de Mesa para dar a palavra final sobre a proposta, e no dia 26, encaminharemos à Prefeitura.

Estamos tentando, de uma forma ainda não ideal, democratizar a feitura do Orçamento da Câmara. Tem várias rubricas que não existem hoje e que estamos propondo para facilitar o trabalho do próximo Presidente. Creio que vai ser importante, porque em várias ocasiões a Câmara poderia estar participando, com outras entidades, em alguns eventos, mas ela não tem cobertura legal para um mínimo de participação de financiamento. E há outras questões que estão propostas pelos Srs. diretores, diretoras e funcionários da Casa. Era uma solicitação, e os Srs. Vereadores têm à disposição a Comissão Técnica coordenada pelo Diretor de Patrimônio e Finanças que, juntamente com seus assessores, está à disposição para qualquer uma das Bancadas que queira maiores detalhes.

Distribuímos aos Srs. Vereadores, neste momento,  um relatório da atual situação das votações dos Projetos. É preocupante que ainda temos 204 projetos para serem votados até o dia 15 de dezembro, fora o Orçamento e o Plano Diretor que, seguramente, serão dois projetos com muita participação e que exigirão muito tempo de dedicação. Até agora  já votamos 136 projetos, dos quais 91 foram aprovados e os outros foram ou rejeitados, ou arquivados, ou estão em outras situações. Então, dos 340, sobram 204, vamos ter cerca de 33 Sessões  de hoje até o dia 15 de dezembro. Isso quer dizer que devemos votar uma  média de seis projetos por Sessão, fora os que ainda vão entrar.

Fazemos, então, um apelo aos Srs. Presidentes das Comissões Permanentes para que os  liberem o quanto antes os projetos que estão tramitando nas suas comissões. Apelem aos seus relatores para que liberem à Diretora Legislativa para que ela possa instruir a discussão e votação na Ordem do Dia.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento nº 229/97, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo que solicita autorização e pagamento de diárias para  viagem a Gramado a fim de representar esta Casa na  II Semana Etnobotânica,  em Gramado, no dia 22 de setembro.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Solicito a V. Exa. a leitura do conteúdo desse evento, para que tenhamos conhecimento do que se trata, de um evento etnobotânico.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê o teor do convite.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento, de autoria do Ver. Renato Guimarães, para que o PLE nº 038/97, seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECON e COSMAM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO

Requerimento n º 222/97, da Vera.. Maria do Rosário, que requer Moção de Apoio ao Projeto de Lei, de autoria da Senadora Benedita da Silva, que define o crime de assédio sexual e estabelece sanções a quem praticá-lo.

A Vera.. Maria do Rosário  com a palavra, para encaminhar, como autora.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e, especialmente, Sras. Vereadoras. É de absoluta importância a proposição da Senadora Benedita da Silva, e sobre a qual queremos que esta Câmara Municipal se pronuncie, apoiando um Projeto de Lei de sua autoria que estabelece sanções e define como crime o assédio sexual. Na verdade, Srs. Vereadores, essa é a matéria jurídica que tem sido discutida, mas nós consideramos que inexiste no Código Penal Brasileiro o crime de assédio sexual.

As delegacias, Srs. Vereadores, acabam registrando esse tipo de ocorrência como constrangimento ilegal ou atentado violento ao pudor. É importante dizer-se aos Srs. e as Sras. que as estatísticas denunciam que mais de 50% das mulheres no mercado de trabalho hoje, já sofreram algum tipo de constrangimento pela forma de assédio sexual. Eu faço questão de dizer aos Senhores que a tipificação proposta pela Senadora Benedita da Silva, que hoje é estudada no Congresso Nacional, justamente estabelece como assédio sexual qualquer ato que venha a constranger alguém com palavras ou gestos com o objetivo de praticar ou sugerir a prática de ato sexual. Essa questões estão relacionadas ainda à situação de poder.

 Na sociedade atual, as mulheres estão assumindo uma presença marcante no mundo do trabalho. Este é um fenômeno significativamente novo na sua abrangência, no sentido da sociedade proteger  as mulheres de atos de discriminação e violência, como é o caso do assédio sexual. A ação do assédio sexual, Sras. e Srs. Vereadores, Ver. Pedro Américo Leal, que me escuta atentamente,  Ver. João Dib e Vereadores do PT, que me escutam atentamente também, as Sras. Vereadoras em especial, ele sempre é estabelecido na perspectiva do constrangimento. Sempre é utilizado o poder que se tem, e como nós, as mulheres, de um modo geral,  ainda não conseguimos romper o preconceito para ocupar, de forma significativa, postos de chefia nas empresas públicas e privadas, estamos mais sujeitas a essa situação de constrangimento ainda nos dias de hoje em que pese estarmos às vésperas de um novo milênio. É que permanece a cultura da subjugação, a cultura da permanente humilhação das mulheres em todos os ambientes.

Portanto, a Senadora Benedita da Silva contribui, enormemente, para a valorização da mulher com  a reflexão que propõe no Senado da República. Cabe a nós, como mulheres, e a todos aqueles que querem a valorização da mulher, numa perspectiva de direitos humanos iguais, numa perspectiva de igualdade, de uma sociedade justa, apoiar medidas como essas, que trazem  a reflexão da sociedade brasileira, mas que também, do ponto de vista da Lei, apontam inovação e nos fazem assumir, enquanto nação brasileira, o reconhecimento de direitos iguais, de valor igual, ainda que reconhecidas as diferenças, diferenças essas que nunca devem significar a inferioridade em função do gênero.

Peço, então, aos Srs. Vereadores que  aprovemos essa Moção como símbolo de nossa concordância com uma sociedade e com um relacionamento que possa respeitar a presença da mulher nos ambientes de trabalho e em todos os lugares da sociedade de uma forma valorizada, como um ser humano pleno de capacidade, que, enfim, está entrando no próximo milênio com força total e com o reconhecimento de toda a sociedade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz, para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é muito difícil manifestarmos o nosso apoio a essa Moção que vamos passar a votar, agora, a este projeto da Senadora Benedita da Silva, que define o crime de assédio sexual e estabelece sanções a quem praticá-lo.

Digo que é difícil porque, por exemplo, a Vera. Maria do Rosário veio a esta tribuna e não poderia ser diferente, laborou sobre a possibilidade de a mulher ser assediada. E é, exatamente, o que fala o Projeto de Lei. Só que há bem pouco tivemos um filme, estrelado pelo Michael Douglas, onde ele era vítima de assédio.

Pergunto: o homem, sendo assediado, não poderia ser enquadrado, também, por esta lei da Senadora Benedita?

Chamo isso de discriminação, é um crime. O Projeto da Senadora Benedita já pratica discriminação com relação a nós, homens, que poderíamos de uma forma ou outra sofrer assédio, mas não estaríamos enquadrados no Projeto da Senadora Benedita.

Acho que a dificuldade que vamos encontrar, aqui, Ver. Pedro Américo Leal, é que estamos discutindo sobre um tema que não conhecemos totalmente.

Ouvi um debate no Programa Lauro Quadros na semana passada, e existiu uma dificuldade muito grande dos debatedores de fazer uma avaliação do que seria, na verdade,  assédio sexual.

Surgiu, também, um tema que acredito importante para ser analisado quando falamos em assédio sexual, que é a  exploração que poderia ser feita a partir da aprovação desse Projeto, porque surgirão várias ações tentando extorquir dinheiro; tentando fazer com que isso se transforme, mais ou menos, em uma indústria, para determinados ganhos, como é feito em outros setores. Por exemplo, hoje, quando se discute a nova Lei de Imprensa - eu ouvia, na semana passada,  uma definição do que seria a nova Lei de Imprensa - e as empresas estão com medo daquilo  que poderão dispender a partir da aprovação dessa nova lei.

Estamos votando, aqui, uma Moção a um Projeto que não conhecemos, na verdade, quais são as suas linhas na totalidade.  Sabemos que é um Projeto de autoria da Senadora Benedita da Silva, que tenta colocar as linhas mestras para determinar o que é o assédio sexual. E, eu não conheço esse Projeto, pergunto: qual o Vereador, deste Plenário, que conhece, totalmente, esse Projeto, para poder dizer que o apóio, ou que poderia assinar essa Moção, que votamos neste exato instante, dizendo que aprovamos aquilo que pensa a Senadora Benedita? Até porque poderia não haver, dentro do Projeto, normas que punam o assédio sexual da mulher contra o homem - pode existir, ou não pode existir? Temos, inclusive, um filme que foi um dos recordistas de bilheteria que versou sobre esse tema do assédio sexual da mulher em relação ao homem, e não do homem em relação à mulher.

Por isso mesmo, acho que votarmos essa Moção, apoiando a iniciativa da Senadora Benedita da Silva, sem conhecermos a matéria a fundo, é, de fato, irresponsabilidade deste Plenário. Eu não acredito que este Plenário vá cometer esse crime. É uma temeridade, Ver. Pedro Américo Leal, concordo com V. Exª.   Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão, para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria, inicialmente, de lembrar que esta Casa já tem dois Projetos sobre esse tema. Um Projeto do Ver. José Valdir, amplamente discutido com a sociedade, e um Projeto de autoria do Ver. João Motta, se não me engano. O Estado do Rio Grande do Sul tem uma legislação sobre esse tema; uma legislação que foi amplamente discutida na Assembléia Legislativa com advogados, com os movimentos de mulheres, e a quase totalidade dos estados brasileiros tem leis sobre esse tema. Quero dizer, ainda, que nessas leis está especificado o que significa assédio. Quem convive com o mundo das leis sabe o que significa assédio. Agora, quem não tem dúvida do que significa assédio são as mulheres.

Aquela história de dizer que não sabe que no Brasil tem uma legislação que tipifica o que é assédio,  que cria confusão, não é verdade, porque há uma definição muito clara em relação a isso,  e a situação no mercado de trabalho é  claríssima em relação a isso. A Organização Mundial do Trabalho tem uma pesquisa no Brasil sobre esse tema; a CUT tem uma pesquisa sobre esse tema, e a Força Sindical tem uma pesquisa sobre o tema. São Órgãos bem diferentes do ponto de vista político ideológico, e pasmem: todas essas pesquisas apontam que mais de 50% das mulheres já perderam seus empregos, foram transferidas, sofreram constrangimentos, sofreram perdas de salários ou outras questões familiares por assédio no mercado de trabalho. Essa é a  realidade do mercado de trabalho da maioria dos países do Mundo. Não é à toa que na Conferência Mundial das Mulheres houve a definição, com  o compromisso dos países em tipificar crime de assédio. O Governo Brasileiro assinou essa Convenção, é signatário desse acordo, e esse acordo, que foi assinado pelo Governo Brasileiro, sempre foi discutido junto com o Parlamento das Mulheres do mundo inteiro, que se reuniu em Pequim, e as mulheres, que estavam presentes naquele evento tinham que ter a maior responsabilidade política de levar aos seus países essa discussão que não era uma brincadeira, que não era uma piada, que é um direito do cidadão, que compõe 40% da força do trabalho deste País.

A Senadora  Benedita da Silva foi  muito mais do que ser portadora de uma decisão de um Congresso mundial do qual ela era delegada, assim também como eu era delegada representando esta Casa. Eu quero lembrar ainda aos Vereadores que desde l996 tramita nesta Casa um projeto de minha autoria que cuida desse tema, especificamente pela nossa responsabilidade de Câmara, sobre o regime disciplinar dos funcionários públicos do Município de Porto Alegre, alterando o Estatuto dos Funcionários Públicos,  a questão do assédio sexual. E quero dizer aos Senhores com a maior franqueza que eu não tirei da minha cabeça, foi por inúmeros e repetidos casos de assédios sexual com mulheres de Porto Alegre que trabalham no serviço público. Vamos ser honestos e vamos enfrentar essa realidade, porque trata da questão do particular, trata da questão da sexualidade, trata da questão recente na sociedade brasileira que é o fato das mulheres saírem do espaço doméstico para o espaço público. É uma história muito recente ainda e a sociedade se ressente dessa questão, porque é muito recente o fato de as mulheres terem cargo de chefia. E para tranqüilizar a intervenção do Ver. Luiz Braz, eu queria dizer, Vereador que o feminismo ele faz bem às mulheres e a todos os homens de bem. Portanto, eu tenho certeza de que V. Exa. compreendendo melhor essa lei vai ser favorável a ela, tenho certeza disso.  Eu acho que dentro projeto deveria ter uma cópia do projeto da Senadora Benedita.

Para concluir eu queria dizer que o crime de assédio é autorização do poder para constrangimento sexual, pode ser feito em relação aos homens e as mulheres. Nós queremos que a vontade feminina ela seja garantida, assim como a vontade dos homens. Eu acho que é essa compreensão que devemos ter. Nós estamos falando nisso porque estamos falando em liberdade, no direito das pessoas  dizerem sim ou não em relação a autorização do seu corpo. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de registrar, com muita satisfação, a presença de professores e estudantes do Colégio Sagrada Família do Bairro São Geraldo. Sejam bem-vindos a nossa Casa.

 O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Maria do Rosário é uma satisfação deste Vereador representar a Bancada do Partido dos Trabalhadores e defender o seu Requerimento e defender de pronto o Projeto da nobre Senadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva.

Não podemos nos esconder por trás de subterfúgios para não encarar esta triste realidade do nosso País que é o assédio sexual. Nós vivenciamos diariamente em repartições públicas, em empresas privadas, em escolas, em instituições, nas ruas. Não se trata de uma busca de uma afeição, de uma relação, entre um homem e uma mulher. No geral, trata-se, em muitos gestos, do início de uma triste e lastimável opressão de homens sobre mulheres. Vimos filmes que mostram o contrário. Isso é uma exceção, porque na nossa sociedade, especialmente no Rio Grande do Sul, que tem uma sociedade machista, chauvinista, nós encontramos exatamente aquilo que aqui foi colocado pela Ver. Maria do Rosário e Ver. Clênia Maranhão. É opressão de homens sobre mulheres, é o desrespeito. Não me venham com a história de se um não quiser o outro não pode. Não é verdadeiro. Nós estamos verificando essa triste e lastimável história particular de jovens, de mulheres que sofrem, diuturnamente, assédio  em muitas instituições.  Muitas pessoas se valem de sua posição de autoridade para fazer com que as mulheres sejam, sistematicamente, humilhadas. Nós não podemos dizer que falta coragem para as mulheres porque muitas delas, sim, têm a coragem  de ir à delegacia de polícia, de ir a  público denunciar esses desmandos.

Nós vivemos, sim, em uma sociedade “chuvinista” e nós, homens, que queremos o bem-estar da sociedade, que queremos a liberdade, o respeito, a democracia, temos que ter esta grandeza de reconhecer que os seres humanos são imperfeitos, e que temos que lutar contra essa imperfeição, contra esse desvio de comportamento. E nada melhor do que esta Câmara Municipal, representante do conjunto da cidadania  de Porto Alegre, aprovar esta Moção e começar a mostrar para a sociedade que somos contra, que repudiamos, que não concordamos, que queremos respeito entre homens e mulheres, que não aceitamos que um homem faça valer a sua posição de mando na sociedade para  subjugar uma mulher. Nós queremos  que homens e mulheres se aproximem, um do outro, pela bemquerência e não pela opressão e não, também, pela nossa omissão, nós que podemos legislar e levantar a nossa voz.

Finalmente, eu lastimo que, neste momento, vários Vereadores não estejam  presentes, que vários Vereadores estão fora do Plenário para não ouvir, para não se manifestar e não votar. Eu voto com a Vera. Maria do Rosário, eu voto contra o assédio sexual e voto com a posição da Senadora Benedita da Silva. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)  

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está em discussão um assunto de grande atualidade, eis que ninguém desconhece que tramita no Congresso Nacional um Projeto de Lei de autoria da ilustre Senadora Benedita da Silva que define o crime de assédio sexual e estabelece sanções a quem praticá-lo.

Lisamente, eu não pretendia ingressar nesta discussão, mas tenho ouvido algumas colocações de pessoas que pensam que, eventualmente, alguém poderia ter temor de discutir este assunto pelas sutilezas que o envolvem. Em verdade, a minha formação sempre me colocou numa posição de resguardo aos excessos, sejam eles de que ordem forem. Este assunto que, muitas vezes, permite colocações até hilariantes em torno dele, é, indiscutivelmente, um assunto extremamente delicado. Lembro que, outro dia discutindo esta matéria, eu dizia que as linhas que definem a ocorrência ou não deste crime de assédio são tão sutis que se cria uma dificuldade muito grande em se definir o que é assédio, o que é galanteio, o que é aquela permanente busca da atração do homem pela mulher e vice-versa. Aliás, eu acredito que ninguém possa imaginar que na sociedade brasileira o galanteio não tenha mais razão de ser. Eu sempre disse que nesse particular,  relacionamento entre o homem e a mulher, existem detalhes que a lei jamais vai conseguir decifrá-lo ou defini-lo, porque faz parte do inconsciente de cada um.

Eu sei que a Senadora Benedita da Silva tem tido uma atuação parlamentar das mais destacadas, até tem surpreendido várias pessoas pelas posições firmes que ela tem tomado em situações em que a circunstância de ela ter um passado que lhe autorizava até em ser uma radical e uma inconseqüente, tem-lhe  colocado na posição de uma mulher muito equilibrada que, tratando de assuntos perigosos como esse o faz com muita eficiência.

Não conheço na íntegra o projeto da Senadora, até porque é difícil se conhecer um projeto de lei hoje no Brasil com a freqüência com que ele recebe alterações na sua tramitação no Congresso Nacional. Mas a Vera. Maria do Rosário quer uma Moção de Apoio ao projeto de lei da Senadora Benedita da Silva. O que representa essa Moção de Apoio? Efetivamente, para a Senadora, representa um símbolo para que ela continue  o seu trabalho. Para os que se opõem, e não me surgiu até agora grandes oposições a esse projeto de lei, apesar da ressalva que alguns têm a oportunidade de oferecer. E ouvi nesses dias numa emissora de televisão ressalvas oferecidas por uma mulher que é delegada, que cuida dessa área, que alertou que, se exagerando no estabelecimento do regramento, criar-se outro tipo de injustiça que, certamente, não será a intenção da Senadora. Então, para ela, Senadora, receber essa Moção significa um estímulo; para concedermos esse apoio, poderemos fazer chegar à Senadora que a nossa expectativa que legislando sobre essa matéria escorregadia, o Congresso Nacional não resvale de tal sorte a se criar uma mentalidade coberta  pela lei, muito própria das sociedades puritanas, que não é o caso da brasileira, que sempre foi uma sociedade que teve na liberdade, na compreensão e na tolerância muito mais do que uma regra escrita.

Por isso, quero dizer - não sou homem de esconder minhas posições - que vou esperar um pouco. Não vou dizer que votarei a favor ou contra. Acho que é importante acompanhar a Vera. Maria do Rosário, e tanto que lamento não ter me debruçado sobre esse assunto com mais antecedência  para colocar uma pequena vírgula que colocasse essas cautelas que o bom senso está a recomendar. Mas sempre fui partidário daqueles que  pecam pela ação e não pela omissão. V. Exa.  não quis pecar pela omissão e trouxe ao nosso debate essa proposta. E agora sim, Ver. Adeli Sell, nós teremos que ter a coragem de nos definir. Vamos votar sim ou não, mas não devemos ficar em cima do muro. Pode ficar certo que irei votar e o farei com consciência e a responsabilidade de quem não foge a nenhum tipo de discussão nesta Casa. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a  palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu saí da minha poltrona para fazer um exame desse tal de assédio sexual. O que é isso que está tomando conta do mundo, como outras palavras e outras proposições  e ameaçam à sociedade? O que é assédio sexual? Eu quero distinguir  assédio de chantagem sexual.  Chantagem sexual é uma coisa e assédio é outra. Então vamos terminar com o galanteio, com a admiração de um sexo pelo outro:  terminar com as cortesias, porque os homens vão se enclausurar completamente temendo o tal do assédio sexual que a ilustre Senadora Benedita da Silva, se não me engano, por proposição invulgar da Vera. Maria do Rosário que sempre desencrava uma figura para fazer uma proposição aqui completamente estapafúrdia?  O que será esse tal de assédio sexual que determinado indivíduo, repentinamente, se vê às voltas com  a afirmação de que uma senhora, uma moça, uma mulher pretende ter recebido dele uma série de frases ou propostas, visando impeli-la para um encontro um pouco mais íntimo, isso vai ameaçar o convívio social completamente, vai perder a vida, aquele aroma de afetividade!

Na verdade, a vida sem mulher é um deserto. Vamos "enfrentar isso de frente", como se diz na redundância das frases. Um envolvimento, claro; uma pressão, claro; uma ausência de alternativas, é evidente; um embretamento, claro; um cerceamento de outra possibilidade de se escapar que a mulher sofra por parte de um homem, é assédio. Claro que é assédio. Mas um olhar, um convite pode não ser ouvido, uma admiração pode ser tornado assédio. Assédio é uma fogueira, é uma voragem, alguma coisa que toma conta de um contato, inflama, incendeia tudo. Assédio! A palavra "assédio", vamos pronunciá-la como ela merece e o que  significa "assédio", que já está absolutamente previsto no Código Penal. Ilustre Vereador e advogado Pujol, não é verdade? O que queremos mais inventar? Queremos tornar as coisas enfadonhas no mundo dos relacionamentos fazendo com que o homem evite a mulher? É o que pretendem? Não contem comigo. Não pertenço a essa legião nem a esse contingente. Rejeito completamente a colocação ampla de assédio sexual porque está incomensurável, está mal dimensionada. Assédio é uma fogueira, é investida que não podemos evitar, que crepita, que vai em direção à pessoa e a toma completamente. Não vamos confundir as coisas e tornar a vida completamente possível de não ser vivida. Sou contra isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós estamos recebendo uma visita muito importante do Sr. José Roberto Menezes, que é do SINTEL, do Sindicato Telefônico do Ceará, que está, aqui, no Rio Grande do Sul, fazendo parte de um Encontro sobre o Mercosul e a ALCA. Seja bem-vindo a nossa Casa.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós somos os felizardos, as testemunhas oculares, epidérmicas deste fim de século em que a vertiginosa tecnologia e a mudança completa e revolucionária do modo de viver dos seres humanos  faz com que nós identifiquemos da metade do século para cá, através de artifícios que o ser humano usou, por exemplo, a Mary Quant com a minissaia, a pílula que fez com que houvesse um grande salto na liberação da mulher. O movimento" hippie ": "make love, not war"- faça amor, não faça a guerra, que segurou, certamente, este mundo e contribuiu par evitar o holocausto nuclear, o advento desta grande maldição, chamado a síndrome da imunodeficiência adquirida, ou a AIDS; a homossexualidade crescente e bilateral; as práticas sexuais que não geram fecundação, fez com que houvesse uma mudança na postura e nos hábitos e na cultura sexual dos povos do mundo inteiro, mas, especialmente, desse povo dos trópicos, que é o povo brasileiro, onde, pelo calor, pelo clima muito mais agradável, é mais fácil a exposição, a nudez e, principalmente, os costumes sexuais totalmente diferentes daqueles dos nossos antepassados, do início do século.

Houve uma conscientização da mulher e de seu poder de sedução. Isto é, hoje, a maturidade da mulher, os movimentos femininos  fazem com que elas entendam perfeitamente o que é amor, sexo, e, principalmente, que afago, galanteio, aproximação deve ser um sentimento desinteressado e  devemos estimular essa conscientização da mulher que deixou de ser objeto, um enfeite no lar e com a sociedade industrial ela  vai para as fábricas, tem jornada tripla de trabalho o que fez  mudar a postura da mulher e o  comportamento sexual médio do brasileiro. Por isso esse sentimento desinteressado deve ser um acordo entre pessoas.

O espírito da lei que falou Benedita da Silva é contra a chantagem afetiva e contra o uso de cargos para o exercício de poder, para transformar o amor em uma relação de poder.  Não se refere a  um sentimento universal, maduro, de aproximação e, principalmente, de respeito entre as pessoas. Refere-se a uma relação de poder, essa  chantagem afetiva que é inaceitável e não podemos concordar com isso. É  esse o espírito que o Ver.  Adeli Sell, a Vera. Maria do Rosário e a Deputada Benedita da Silva imprimiram nas suas propostas, não no sentido  apenas da libertação da mulher, mas de uma relação saudável homem-mulher. Por isso tenho certeza de que todos seremos favoráveis à proposta da  Vera. Maria do Rosário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria da Vera. Maria do Rosário.(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver. Luiz Braz.                                                                                                                                                                                               

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Em votação Requerimento n º 232/97, de  Moção de Repúdio, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, às políticas dos Governos Federal e Estadual que penalizam as finanças municipais, tais como a Lei Kandir, FEF, Fundopen, IVVC, Salário Educação, as quais no ano de 1997 trarão a Porto Alegre perdas de aproximadamente 31 milhões, 641 mil e 712 reais.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu apenas queria fazer um registro. A Casa, hoje, à tarde, viveu uma situação bastante difícil com envolvimento de crianças, aqui, ao redor do nosso prédio, inclusive, com o c arrombamento de um carro de um funcionário da Casa. Quero registrar, agradecendo o pronto atendimento às crianças, providenciado pelos nossos funcionários e que nós fomos chamados neste Plenário , atendemos a situação, os nossos funcionários  também já haviam dado atendimento. Por fim, nós resgatamos um menino que havia se jogado próximo ao Arroio Dilúvio. Esse menino foi encaminhado para o Conselho Tutelar. Faço questão de fazer este registro à Casa porque antes de o menino ir para o Conselho Tutelar, ele nos devolveu aquilo que havia sido retirado de dentro do carro, o que será devolvido à pessoa, nosso funcionário. Acho que é uma atitude bastante bonita, bastante difícil para meninos que vivem em situação de risco como esses que tantas vezes estão aqui conosco, dentro da nossa Casa, ou nos arredores.

Nós tivemos o pronto atendimento dos funcionários e uma atitude bastante corajosa dessa criança  que nos trouxe aquilo que havia levado. Isto tudo nos enche de alegria neste momento, a nossa possibilidade de atendermos a essa situação e o encaminharmos ao Conselho Tutelar e ainda, de um modo bastante solidário e fraterno, termos de volta aquilo que havia sido retirado do carro. Portanto esse registro me pareceu importante a todos os Vereadores neste momento. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Feito o registro, a Mesa agradece, em nome da Casa, a solicitude e a presteza dos funcionários, conforme citou a Vera. Maria do Rosário.

Passamos à votação do Requerimento, nº 232/97. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mesmo que parafraseando o Ver. João Dib, que fala muito em moção com emoção, quero dizer que me emociono também, mas não sou muito dado a apresentar moções, não é do meu estilo parlamentar. Não que eu critique essa instituição, ao contrário, acho que coloca discussões da maior importância para qualquer parlamento.

Eu apresento neste ano apenas a segunda moção, é uma Moção que discute uma questão da maior importância para os municípios de todo este País, ou seja, a diminuição dos recursos, que têm os municípios e estados recebido, em função de políticas federais e estaduais.

Eu me refiro a políticas de isenções, a políticas de desoneração de compromissos por parte de governos estaduais e federal, que simbolizam, praticamente em três iniciativas, tudo o que é de ruim que esse tipo de política vem trazendo à comunidade brasileira. Eu me refiro à Lei  Kandir, eu me refiro ao fim do IVVC, eu me refiro à questão do FEF. Para  termos uma noção, o Município de Porto Alegre apenas com a Lei Kandir - que desonera a cobrança de ICMS em produtos industriais semi-elaborados e primários - trará ao Município de Porto Alegre, no ano de 1997, um prejuízo de 10 milhões de dólares. Se computarmos os prejuízos com a falta de repasse do salário-educação, com a Lei Kandir e com o FEF, Porto Alegre terá um prejuízo em torno de 31 milhões de dólares.

A FAMURS, que congrega prefeitos e  parlamentares, e, mais especificamente, prefeitos de todo o espectro partidário têm  dirigido  ao Ministro do Planejamento, cuja lei leva seu nome, e solicitado  uma série de modificações na Lei Complementar, denominada Lei Kandir.

O "Jornal do Comércio" estampou em suas páginas, na sexta-feira,  uma posição inflexível do Ministro do Planejamento, que não aceita alterar uma lei que tantos malefícios tem trazido  à população brasileira.

Nesse sentido, a exemplo de outras Câmaras do Estado, eu proponho, não uma condenação geral a esses governos, mas uma condenação a esse tipo de política nefasta aos interesses das comunidades.  A verba, por pequena que seja, no município, principalmente nos grotões, faz extrema falta à economia desses municípios. E Porto Alegre é o município que mais recursos perderá com essas iniciativas e precisa sublinhar, a exemplo de outros municípios, que é contra esse tipo de política.

A nossa Moção, a segunda que apresento neste ano tem o sentido de dizer que não concordamos com essas políticas nefastas à maioria da população.  Independente do espectro ideológico e partidário, solicito aos nobres Pares que façam com que a municipalidade de Porto Alegre, através de seu Parlamento, diga, também, um não  a esses tipos de políticas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.  O Ver. Juarez Pinheiro requer Moção de Repúdio  “às políticas do Governo Federal e Estadual que penalizam as finanças municipais, tais como a Lei Kandir, o Fundo de Estabilidade Fiscal,  o  FUNDOPEM, o Salário-Educação, as quais, no ano de 1997 trarão a Porto Alegre perdas de aproximadamente trinta e um milhões, seiscentos e quarenta e um mil e setecentos e dois Reais”.

Sr. Presidente, fiz questão de ler a Moção de Repúdio, na sua íntegra. pois ela mostra o universo amplo que ela busca atingir. Ela mistura situações diferenciadas o que dificulta uma análise objetiva do assunto. Por exemplo, quando se fica contra o Fundo de Estabilidade Fiscal, que se dizer, em outras palavras, que há uma renúncia na luta pela estabilidade econômica. Há uma renúncia para o prosseguimento do Plano Real nos seus efeitos que trouxeram a estabilidade econômica deste País.

Quando se diz que se é contra a Lei Kandir está se pretendendo que o País continue a exportar impostos e,  exportando impostos reduzir a capacidade competitiva de sua economia que já começa a ter, em função dessa lei, os primeiros resultados, como é o caso da economia gaúcha que, nos primeiros oito meses do ano teve, só na sua relação com o Mercosul, um acréscimo nas exportações na ordem de 37%.

Quando se fala no salário educação, é porque se quer diminuir a importância de um fato que alertamos a Casa, a Prefeitura e a todos, com freqüência,  da pouco expressão que tem o Município no índices de crianças matriculadas nas escolas públicas desta Cidade,  iria, certamente, gerar prejuízos futuros para o Município. E isso já falamos há mais de um ano. Foi amplamente colocado qual o sentido que tinha essas modificações que agora foram introduzidas.

Quando se fala em IVVC não se diz claramente o que é o IVVC, é o antigo Imposto de Venda a Varejo que foi extinto em favor da comunidade. É um imposto a menos que se tem neste País, quando toda a nação brasileira quer que se tenha impostos a menos, quando se fala em uma reforma tributária que simplifique esse processo todo.

Então o discurso em favor do  municipalismo haverá de encontrar, nesta Casa,  sempre  o mais amplo apoio, agora  não se use a defesa da bandeira do municipalismo para justificar frustrações que vários Prefeitos estão oferecendo  a sua comunidade por terem anunciado projetos que agora não  estão realizando e que  estão procurando  transferir para a responsabilidade do  Governo Federal e do Estado  a sua não realização.

O município de Porto Alegre que hoje se diz sem recursos para cumprir as suas  atividades, ainda, no término do ano passado  e no  início deste ano,  trombeteava uma realização de um superávit  financeiro  na ordem  de  cem milhões de reais, quando já estava  inclusive com o Orçamento deste ano  em pleno andamento. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está se  procurando, usando a bandeira do municipalismo, defendendo os interesses do Município que deve ser respeitado, sem justificar frustrações administrativas, não  cumprimento de promessas eleitorais, insucessos em projetos   que se mostraram  insuficientes de serem realizados  e, especialmente,  mostrar claramente que o famoso jeito de administrar  do PT é extremamente dependente do Governo da União, do Governo do Estado, porque  um breve ajuste que se faz nas economias e nos  tributos desta Nação já serve de motivo para esse descalabro,  para  esse desalento e, sobretudo, para essa  confissão de incapacidade, de realizar a proposta política que  venderam ao eleitorado no ano de 1996 e que agora não cumprem e alegam  que é por culpa dos outros. Nesse particular, apesar da minha posição de municipalista, voto contra a proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães com a palavra pela Bancada do PT.

 

O SR.  RENATO GUIMARÃES:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores.  É lamentável que novamente o Governo Federal faça com que muitos paguem a conta de poucos. A Região Metropolitana de Porto Alegre perde  cem milhões com essas medidas, o  Rio Grande do Sul perde trezentos e quinze milhões com essas  medidas. O Secretário de Planejamento do Estado disse que essas medidas comprometem de forma muito séria o Orçamento do Governo do Estado para o ano que vem. Portanto, compromete todo o funcionamento das atividades do Estado.

As principais Prefeituras do Rio Grande do Sul têm seus orçamentos comprometidos. Porto Alegre, com 31 milhões; Canoas, com 13 milhões; Novo Hamburgo, com 8 milhões. Cito essas porque são Prefeituras com diferentes ideologias, com diferentes propostas de administração. Cito isso para dizer que se faz uma grande frente nacional, hoje, contra mais esse caminho equivocado do Governo Federal, que propõe a toda sociedade brasileira pagar a conta da sua falta de projeto econômico.

O Governo Federal aniquila as condições para que se desenvolva no país um mercado produtivo. Em contrapartida  oferece a saída de onerar Municípios e Estados, fazendo com que, em última circunstância, quem pague a conta seja o usuário que não terá dinheiro para a saúde pública, o usuário da escola pública, porque teremos uma redução drástica do Fundo da Educação.

O Rio Grande do Sul perde 78 milhões do Fundo de Educação. Quem vai pagar a contra pelo caminho equivocado do Governo do PSDB e do PFL? Em última instância é o usuário do sistema de educação, e  do sistema de saúde. Neste momento não poderíamos deixar de dizer que a Moção do Ver. Juarez Pinheiro vem em hora oportuna, porque se faz uma mobilização em todo País contra essas medidas, porque elas só reforçam, cada vez mais, o caráter desse Governo Federal,  que é um governo para poucos e um governo para a desgraça de muitos.  Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. Reginaldo Pujol. (Após a chamada.) Não há quorum.

Declaramos encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h51min.)

 

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